O policial militar que matou um colega acidentalmente na madrugada de sábado (05), no Rio de Janeiro, foi solto após pagar fiança de cinco salários mínimos.
O soldado Michel Bonfim Dutra foi detido em flagrante por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), depois de atingir, com um disparo acidental, o também soldado Douglas Rosa Silvana. Eles e um terceiro policial militar saíam de uma boate na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio.
O acidente aconteceu por volta das 6h, quando os militares, que estavam de folga, faziam a retirada de suas armas no cofre da casa noturna.
Leia mais: Tenente acusado de matar colegas é condenado a 63 anos de prisão
As investigações da 16ª DP (Barra da Tijuca) apontam que a vítima ainda recebeu socorro de um amigo, produtor da boate, que o conduziu até o Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas o soldado não resistiu aos ferimentos. Michel foi levado para a 16ª Delegacia de Polícia, onde foi preso em flagrante Ele reservou-se o direito de prestar esclarecimentos somente em juízo.
De acordo com o jornal carioca “Extra”, ainda na delegacia, o produtor relatou que, pouco após chegar a Lalu Lounge, viu o gerente gritando, pedindo socorro e dizendo que Douglas estava baleado e sangrando muito. O rapaz então saiu da boate, pegou seu carro e parou na porta da casa noturna, colocando o amigo no banco da frente. Ele narrou ter saído em alta velocidade, pela Avenida das Américas, em direção a unidade de saúde.
O produtor disse que, enquanto dirigia, colocava a mão na altura do peito de Douglas, a fim de tentar estancar o sangramento, mas o policial militar já estava desacordado. Após deixá-lo no Lourenço Jorge, ele foi até a 16ª DP. Na delegacia, foi apresentado um vídeo de uma câmera de segurança em que um funcionário da casa noturna aparece assinando um caderno e entregando as pistolas aos soldados. Em seguida, o tiro disparado por Douglas, que não está no ângulo da câmera, atinge o colega no ombro.
Nas imagens, a vítima está com um copo de bebida nas mãos quando é baleada e cai. Aos policiais, o funcionário contou ter visto Douglas desfalecendo e se aproximou para prestar socorro. Em depoimento aos delegados Marcelo Carregosa e Leandro Gontijo, ambos da 16ª DP, ele também afirmou haver um local reservado no estabelecimento para o procedimento de verificação de arma de fogo, com uma caixa de areia localizada ao lado da porta de entrada. O rapaz não soube informar, entretanto, se Douglas adotou esse procedimento ao chegar no local.
Ao GLOBO, a Secretaria de Polícia Militar informou que a Corregedoria da Corporação abriu um procedimento apuratório “para investigar a morte de um policial que estava de folga, durante uma ocorrência com outro policial militar, que também estava de folga no interior de uma casa de shows na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro”. “O autor do disparo que tirou a vida do policial está prestando depoimento à Polícia Civil. A 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar acompanha o caso”, disse, em nota.
Com informações do Extra