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PF e IBAMA deflagram Operação Hermes (Hg) II para combater mineração ilegal de ouro na Amazônia

por Raphael
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A Polícia Federal e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) deflagraram, na manhã desta quarta-feira, 8/11, a Operação Hermes (Hg) II, com o objetivo de apurar e reprimir crimes contra o meio ambiente, especialmente por meio do comércio e uso ilegal de mercúrio, organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro. A ação foi deflagrada nós Estados do Amazonas, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro.

Os crimes em apuração estão relacionados ao contrabando e acobertamento de mercúrio, que tem por destino final o abastecimento de garimpos em áreas que compõem a Amazônia (Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Pará).

A Operação Hermes (Hg) I, deflagrada em 1/12/2022, foi a maior operação policial do país deflagrada para desarticulação de uso ilegal de mercúrio e iniciou-se a partir da investigação de uma empresa com sede em Paulínia/SP, que utilizava criminosamente de suas atividades autorizadas para produzir créditos falsos de mercúrio em sistema do IBAMA.

A partir da análise de milhares de fontes bases (documentos e dispositivos eletrônicos), durante mais de dez meses, a Polícia Federal identificou uma extensa cadeia organizada de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia e retirou sete toneladas de créditos de mercúrio dos sistemas do IBAMA.

  • A Operação Hermes (Hg) II, deflagrada hoje, visa aprofundar as investigações, buscando provas do funcionamento desse esquema, do envolvimento dessas pessoas, especialmente os principais responsáveis pelo comércio e os respectivos compradores finais do mercúrio ilegal, além de identificar o patrimônio construído para ocultar a atividade ilícita e os ganhos oriundos dela.
  • A investigação apontou que as principais formas utilizadas pelos investigados para a movimentação de valores foram:
  • a) utilização de interpostas pessoas, como testas de ferro e laranjas, com o fim de ocultar o verdadeiro responsável pelas operações comerciais e financeiras ou mesmo o verdadeiro proprietário de bens, diretos e valores;
  • b) utilização de empresas de fachada (sem sede física, com uso de testa de ferro ou laranja);
  • c) mistura entre capital ilícito com eventual capital lícito gerado por empresas com atuação comercial, de modo a tornar mais difícil a separação de um e de outro pelas autoridades de fiscalização e repressão;
  • d) utilização de empresas sem registro de um funcionário sequer;
  • e) compra e venda de imóveis, com valorização artificial, para justificar a origem ilícita do dinheiro utilizado;
  • f) blindagem patrimonial, por meio de manobras jurídicas e engenharia financeira/contábil;
  • g) utilização ilegal dos sistemas do IBAMA para dar aparente legalidade à circulação de quantidade exorbitante de mercúrio;
  • h) uso do Aeroporto Internacional de Viracopos para transporte de mercúrio.

Estão sendo cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Primeira Vara Federal de Campinas, em cidades dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo (Anexo I).

Além das buscas, foi decretada pela Justiça a imposição de fianças de 200 salários mínimos e o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados em montante superior R$ 2,9 bilhões, com o objetivo de reparar os danos ambientais causados.

Ainda em curso, a operação engloba a fiscalização pelo IBAMA com a possibilidade de aplicação de multas, suspensão de atividades e embargos de áreas de mineração pelo IBAMA, assim como a apuração de condutas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a importação e comércio de mercúrio, recicladoras de resíduos e mineradoras de ouro. No total, 140 policiais federais e 30 servidores do IBAMA participam da operação.

Os investigados responderão, na medida de suas condutas pelos crimes ambientais e contra a administração ambiental, falsidade ideológica, uso de documento falso, contrabando, associação criminosa, receptação e perigo para a vida ou saúde de outrem, além de organização criminosa, usurpação de bens da União e ocultação de bens.

Todo o material probatório e bens apreendidos serão encaminhados para a Delegacia de Polícia Federal em Campinas para continuidade das análises.

Relação de cidades onde são cumpridos mandados de bisca e apreensão:

AM: Manaus (1 mandado, pessoa física)

MT: Cuiabá (15 mandados, sendo 11 pessoas físicas e 4 pessoas jurídicas)

Poconé (6 mandados, sendo 2 pessoas físicas e 4 pessoas jurídicas)

Peixoto de Azevedo (3 mandados, sendo 1 pessoa física e 2 pessoas jurídicas)

Cáceres (1 mandado, pessoa física)

Alta Floresta (1 mandado, pessoa jurídica)

Pontes e Lacerda (1 mandado, pessoa jurídica)

Nossa Senhora do Livramento (1 mandado, pessoa jurídica)

Nova Lacerda (1 mandado, pessoa jurídica)

RJ: Duque de Caxias (1 mandado, pessoa jurídica)

Rio de Janeiro (2 mandados, sendo 1 pessoa física e 1 pessoa jurídica)

SP: São Paulo (1 mandado, pessoa física

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