Ver resumo
- Padre de Cascavel é acusado de abusar de oito homens.
- Vítima relata que foi tocada durante retiro religioso em 2010.
- Denúncia foi abafada por arcebispo, segundo a polícia.
- Abuso sexual mais recente ocorreu há duas semanas.
Cascavel (PR) – Um padre de 42 anos, identificado como Genivaldo Oliveira dos Santos, foi preso suspeito de abusar sexualmente de ao menos oito homens, incluindo adolescentes em situação de vulnerabilidade. Um dos casos mais antigos aconteceu em 2010, quando a vítima e o padre ainda eram seminaristas.
Relato chocante de tentativa de abuso
Segundo depoimento à polícia, a vítima – que não teve o nome revelado – contou que acordou com o padre tocando suas partes íntimas durante uma semana vocacional em Guaraniaçu, cidade próxima a Cascavel.
“Eu acordei com as mãos dele nas minhas partes íntimas. Por três vezes ele tentou. Na quarta, empurrei e mandei ele sair”, relatou a vítima.
O caso foi levado à época ao então arcebispo Dom Mauro Aparecido dos Santos, que morreu em 2021. Segundo a vítima, os dois seminaristas foram obrigados a assinar um termo de silêncio.
Padre seguia atuando mesmo após denúncias
Apesar do relato, nenhuma providência foi tomada pela Igreja. A delegada Thaís Zanatta confirmou que o caso nunca foi comunicado à polícia. “O arcebispo fez os dois assinarem um termo para que o fato não fosse levado às autoridades”, disse ela.
Outros depoimentos indicam que parte das vítimas era menor de idade quando os abusos aconteceram. Um jovem chegou a tentar suicídio após os traumas.
Abuso recente e prisão
O caso mais recente teria ocorrido há apenas duas semanas, com um jovem de 20 anos, dentro da clínica onde o padre oferecia “terapias complementares”. Ele foi preso no domingo (24) por policiais do NUCRIA e teve computadores e celular apreendidos.
Segundo a polícia, há indícios de que ele também praticava o exercício ilegal da medicina e cometeu irregularidades financeiras na paróquia onde atuava.
Investigação e nota da Igreja
O atual arcebispo de Cascavel, Dom José Mário Scalon Angonese, afirmou que o padre foi suspenso assim que a denúncia chegou oficialmente à diocese, em 14 de agosto. Um processo canônico está em andamento.
“Se confirmado que houve pedofilia, a decisão de Roma tem sido clara: a demissão do estado clerical”, declarou o arcebispo.
O advogado de defesa, Alessandro Rosseto, tenta revogar a prisão e afirma que irá provar a inocência do padre.
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