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PCC cresce e já atua como máfia no Brasil e exterior

por policia24h
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  • PCC, fundado em 1993 em Taubaté, cresceu e hoje atua como máfia com 40 mil integrantes no Brasil e exterior.
  • Organização fatura mais de US$ 1 bilhão ao ano com tráfico internacional, segundo o Ministério Público e o Gaeco.
  • Promotor Lincoln Gakiya alerta que o PCC participa de licitações e infiltração estatal, ampliando seu poder criminoso.

O Primeiro Comando da Capital (PCC), fundado em 1993 na Casa de Custódia de Taubaté, em São Paulo, deixou de ser apenas uma facção criminosa e passou a operar como uma máfia internacional. Segundo o promotor Lincoln Gakiya, que investiga o grupo há décadas, a organização tem atualmente cerca de 40 mil membros espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

De facção paulista a rede criminosa global

Nos anos 2000, o PCC reunia pouco mais de 5 mil criminosos apenas em São Paulo. Hoje, está presente em 28 países, com pelo menos 2.078 integrantes identificados no exterior.

O Paraguai concentra a maior parte dos membros fora do Brasil: 699, sendo 341 presos e 358 soltos. Há ainda registros de atuação em presídios da Espanha, França, Holanda e Irlanda.

Expansão financeira bilionária

O crescimento da facção está diretamente ligado ao aumento de sua arrecadação. Em 2010, o grupo movimentava R$ 12 milhões por ano. Atualmente, a cifra supera US$ 1 bilhão (mais de R$ 5 bilhões) anuais com o tráfico internacional de cocaína, especialmente para a Europa.

Esse salto ocorreu a partir de 2016, quando a facção passou a dominar rotas do tráfico internacional. De acordo com investigações do Ministério Público, essa receita garante ao PCC poder de infiltração em setores econômicos e até em licitações públicas.

Preocupação do Ministério Público

Segundo Lincoln Gakiya, o que preocupa atualmente é o caráter mafioso da organização. “O PCC está se infiltrando no Estado, participando de licitações e ampliando sua influência econômica”, afirmou.

Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) reforçam que a ausência de medidas eficazes do poder público nos anos 90 permitiu a expansão do grupo. Apenas após os ataques de 2006 contra forças de segurança, o Estado reconheceu oficialmente a gravidade da facção.

Responsabilidade do Estado

Os representantes do Ministério Público apontam falhas graves na gestão penitenciária e na investigação criminal. “Houve negativa inicial da existência do grupo e falta de controle no sistema prisional”, disse um promotor sob anonimato.

Apenas em 2019, com as medidas adotadas pelo então ministro da Justiça Sérgio Moro, como a transferência de líderes do PCC para presídios federais, o tema ganhou prioridade nacional. O ex-juiz chegou a ser ameaçado de morte em 2023 pela facção.

Mapa do crime e repressão

Nos últimos anos, autoridades intensificaram a coleta e o compartilhamento de informações sobre os membros do PCC. Esse “mapa do crime” tem dificultado operações da facção, mas também gerado reações violentas da cúpula do grupo.

Operações do Gaeco e da Polícia Civil já prenderam diversos líderes do PCC, mas a descentralização da facção e sua presença internacional dificultam o combate.

Desafios atuais

A facção se consolidou como uma das maiores organizações criminosas do mundo. Para especialistas, enfrentá-la exige:

  • Controle mais rígido do sistema prisional.
  • Investigações financeiras sofisticadas para bloquear recursos.
  • Cooperação internacional entre polícias e ministérios públicos.

Enquanto isso, o PCC segue expandindo suas atividades ilícitas, especialmente no tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e infiltração em setores legais da economia.


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