Já em casa, sob os cuidados da família e com uma “bala” alojada na perna, o flanelinha Adauto de Vasconcelos Salgado, de 56 anos, disse estar revoltado com o fato do empresário Alisson de Melo Pinheiro, de 33 anos, não ter ficado preso após tudo o que aprontou nesse domingo.
“Só porque tem dinheiro ele vai ficar solto? E se ele me mata? Um homem desse tem que estar preso. Ele não pode ficar no meio da sociedade. Ele é um perigo. Tem que ser preso”, desabafou o flanelinha.
Adalto soube que o empresário saiu pela porta da frente do 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) quando chegou a delegacia para fazer o boletim de ocorrência por tentativa de homicídio, por volta das 9h30 da noite de ontem.
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Alisson Melo já havia sido liberado pelo delegado Parima Veras, que estava de plantonista do 19º DIP, e entendeu não haver necessidade de prender o empresário devido seu comparecimento espontâneo a delegacia.
“Alisson compareceu espontaneamente para comunicar que teria efetuado disparos de arma de fogo, supostamente, em legítima defesa, pois teria sido vítima de um tentativa de roubo. Entretanto, o indivíduo acabou sendo indiciado por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo em via pública e falsa identidade, já que, no momento da ocorrência ele dizia ser policial”, disse uma nota da Secretaria de Segurança Pública.
Tentativa de homicídio
Segundo a nota da SSP, o delegado só tomou conhecimento do caso do flanelinha 12 horas após o fato e depois de já ter liberado Alisson Pinheiro. No entanto, apesar de solto, ele também foi indiciado pelo crime de tentativa de homicídio.
Como o empresário ao se apresentar a polícia entregou a pistola calibre 380 e apresentou o veículo que ele usava, ambos serão submetidos a perícia da Polícia Civil e o caso vai seguir para a Justiça.
Aliás, o carro do empresário, um Lifan modelo 320, que é uma réplica do Mini Cooper, também está crivado de “bala”. São 6 perfurações em todos os lados do veículo.
Esses tiros teriam sido dados pelo suposto policial militar que teria perseguido Alisson, juntamente com dois taxistas, após o empresário disparar contra as pessoas em frente da casa de show Tenda Hall, na avenida do Turismo, e ferir o flanelinha Adauto Vasconcelos.
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Empresário se pronunciou
Nós entramos em contato com o empresário Alisson de Melo Pinheiro pelo número 99130-**96 e ele contou sua versão para o fato.
Segundo ele, as imagens não mostram tudo o que teria ocorrido no posto de combustível na manhã de domingo.
Ele afirma ter sofrido uma tentativa de roubo e que, por conta disso, ficou nervoso e acabou sacando sua arma e falando que era policial.
Alisson também afirmou que a pistola calibre 380 é “legalizada”, porém a polícia já confirmou que ele não tem porte para usar ela na rua, como mostra o vídeo.
O empresário ainda afirma que estava rodeado de “bandidos armados e perigosos” que queriam levar seu veículo.
Por fim Alisson garante que não estava bêbado na hora do fato.
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