As cenas de terror e desespero vivenciadas no Amazonas, com desabastecimento de oxigênio hospitalar, pode ter novo capítulo, agora em outros Estados brasileiros. Desde a última semana aumentam os relatos de falta de oxigênio em hospitais de estados em diferentes regiões do País.
Na última sexta-feira (19), dez pacientes da Unidade de Pronto Atendimento de Ermelino Matarrazo, na Zona Leste de São Paulo, precisaram ser transferidos por falta do material por problemas, segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, no fornecimento prestado pela empresa White Martins, que negou o falhas no abastecimento.
De acordo com Aparecido, o consumo de oxigênio na rede municipal de saúde triplicou de janeiro para março. O salto foi de 55 mil metros cúbicos diários para 178 mil e a prefeitura da maior cidade brasileira já pede ajuda à Federacao das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para receber cerca de 250 cilindros por empréstimo, segundo o jornal O Globo.
— A indústria siderúrgica, mecânica e estamparia tem muitos cilindros de oxigênio. A intenção é ter uma reserva para não correr o risco de faltar. Daqui a dois meses, quando a situação melhorar, devolveremos os cilindros — explicou Aparecido.
Falta oxigênio em hospitais pelo Brasil
Se até na maior cidade brasileira o abastecimento de oxigênio se tornou uma emergência, em outros Estados a situação parece repetir um doloroso filme vivido por amazonenses no auge da pandemia do novo coronavírus.
No Amapá, a falta de “balas de O2” levou o senador pelo Estado, Randolfe Rodrigues, a protocolar ação junto ao Superior Tribunal Federal (STF) pela instalação, por parte.do Governo Federal, de duas usinas geradoras de oxigênio na capital, Macapá, além de apoio logístico no transporte do material.
Estados como Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e os da região Sul têm sofrido com o aumento intenso no número de internações e crescimento acelerado no consumo de oxigênio hospitalar, aumentando o temor que se repitam cenas como as registradas em Manaus e no interior do Amazonas, especialmente em janeiro deste ano.
Antes ajudador, agora é o Estado que envia insumos para auxiliar os co-irmãos. Por meio da “Operação Gratidão”, pelo menos 200 cilindros de oxigênio recebidos por meio de doações no auge da crise foram enviados pelo Governo, que também vai receber pacientes vindos de outros Estados para serem tratados em hospitais da capital.