Durante a cerimônia realizada na COP28, em Dubai na última sexta-feira (1), representantes da Bezos Earth Fund, fundo filantrópico liderado por Jeff Bezos, anunciaram um aporte de US$ 16,3 milhões (aproximadamente R$ 80,2 milhões) destinado ao combate ao desmatamento na Amazônia brasileira. A revelação ocorreu dois dias após o governador do Amazonas, Wilson Lima, manifestar sua intenção de conversar sobre o uso do nome de seu estado pela marca Amazon, em um apelo por parcerias e compensações financeiras.
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O montante milionário não será direcionado para projetos no estado do Amazonas, mas sim para “planos inovadores do estado do Pará”, conforme divulgado pelo Bezos Earth Fund. O foco do investimento é alcançar o desmatamento ilegal zero nos próximos três anos, implementando o “maior sistema de rastreabilidade animal do mundo”, contrariando as expectativas geradas pelo apelo de Wilson Lima.
O fundo pretende rastrear a produção de carne, laticínios e couro para eliminar a desflorestação das cadeias de valor e criar incentivos florestais positivos para criadores de gado e pecuaristas. A parceria conta com organização como The Nature Conservancy, IMAFLORA, Earth Innovation Institute, Aliança da Terra.
Wilson Lima, por sua vez, expressou o desejo de discutir com a Amazon o uso do nome de seu Estado pela gigante americana. No entanto, o aporte milionário da Bezos Earth Fund não corresponderá às expectativas amazonenses, o que pode gerar novos questionamentos sobre a relação entre grandes corporações e os estados que carregam seus nomes.
Ao todo, foram destinados US$ 57 milhões a projetos relacionados ao futuro da alimentação e do meio ambiente, oriundos do fundo filantrópico de Jeff Bezos. Além disso, está previsto um investimento adicional de R$ 850 milhões até 2030 para apoiar a implementação da agenda global emergente sobre sistemas alimentares e clima.
A reunião entre Wilson Lima e representantes da Amazon está marcada para o dia 5 de dezembro, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Dubai. A expectativa é que a discussão inclua não apenas compensações financeiras, mas também parcerias para investimentos no estado do Amazonas.