Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que um professor de capoeira derruba uma criança autista durante uma aula em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro. O caso aconteceu em setembro de 2023, mas só veio à tona agora após denúncia da mãe do menino.
O aluno, de 11 anos, tem transtorno do espectro autista (TEA) e participava de uma atividade no Centro Educacional Meirelles Macedo. A mãe, Joyce Siqueira, relatou o episódio em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.
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Professor dá rasteira em aluno autista durante aula
Segundo Joyce, o filho teve dificuldades para realizar um exercício e o professor, Vitor Barbosa, sugeriu o uso de uma bola como apoio. Ao tentar pegar o objeto com duas colegas, que se recusaram a entregar, o menino se irritou e chutou a bola.
Uma das alunas teria então dado um tapa na cabeça do garoto, o que iniciou uma confusão. Nas imagens, o professor aparece dando uma rasteira no menino e o imobilizando pelo pescoço, enquanto faz ameaças.
Escola puniu aluno e demorou a agir
Mesmo com as agressões registradas em vídeo, a escola suspendeu o aluno por dois dias, alegando comportamento agressivo. Joyce só conseguiu uma reunião com a direção cinco dias depois. As imagens da agressão só foram liberadas em março deste ano.
Em nota, o Centro Educacional Meirelles Macedo afirmou que tomou as providências necessárias e que o professor não faz mais parte do quadro da escola.
Defesa diz que foi “técnica de contenção”
A defesa de Vitor Barbosa alegou que a ação foi uma técnica para conter o aluno e evitar novas agressões. Disse ainda que a situação foi controlada rapidamente e sem maiores consequências.
Casos de agressão contra crianças com TEA têm se tornado cada vez mais comuns. Em 2023, o Ministério dos Direitos Humanos recebeu mais de 3 mil denúncias de violência contra pessoas com deficiência, incluindo autistas.
Para saber mais sobre os direitos de crianças com TEA em ambientes escolares, acesse o site do Ministério dos Direitos Humanos.
Violência em escolas exige atenção e fiscalização
O caso reforça a necessidade de capacitação de profissionais da educação para lidar com alunos neurodivergentes. Também levanta questionamentos sobre como as instituições tratam episódios de violência envolvendo crianças com deficiência.
Joyce Siqueira segue cobrando justiça e medidas para que casos como esse não se repitam. O vídeo da agressão segue sendo compartilhado como alerta para pais e educadores.