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Caso Deusiane completa 5 anos de impunidade

por policia24h
Publicado: Última atualização em
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No dia 1º de Abril de 2015 o corpo da soldado do Batalhão Ambiental da Polícia Militar (PM) do Amazonas, Deusiane Pinheiro, de 25 anos, foi encontrado na parte superior de uma embarcação atracada no Pelotão Fluvial da polícia, que na época ficava na estrada da Praia Dourada, no Tarumã, na zona oeste de Manaus.

Inicialmente falou-se em suicídio. A versão foi sustentada pelo Cabo Elson dos Santos, namorado da soldado, e por outros quatro policiais militares.

Em depoimento, o Cabo disse que estava na parte inferior do barco quando ouviu o barulho da arma, subiu até ao segundo andar e viu quando Deusiane se matou. Elson disse também que ainda pediu para que ela não cometesse o suicídio.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado mas quando chegou ao local a soldado já estava morta. A família contesta o horário do acionamento da ambulância. “Se passaram mais de duas horas para o Samu ser chamado e tentar socorrê-la”, disse Martha Gonzalez, advogada da família.

Após a constatação da morte de Deusiane a Polícia Civil foi acionada. A perícia tirou fotos da embarcação e do local onde estava o corpo. A posição dele foi o que motivou a tese de homicídio. “A própria perita nos disse que a forma como Deusiane foi encontrada no chão, não era de suicídio” afirmou a advogada.

Caso Deusiane completa 5 anos de impunidade
O local onde o crime acontece atualmente é uma base da Polícia Federal – Polícia24hAM

Caso se arrasta

São cinco anos de um caso sem solução. Todos os acusados pelo Ministério Público Estadual (MPE) estão soltos. Durante esse tempo várias audiências foram realizadas. As constantes faltas de testemunhas travam a tentativa de se esclarecer o que de fato aconteceu.

“Vejo também que o próprio comando da polícia militar não colabora. Enviam documentos confusos ao judiciário, distintos do que são solicitados” disse a advogada.

Enquanto luta por justiça, a mãe de Deusiane também precisa conviver com a dor da perda. ” Eu sinto muita falta da minha filha. Ela dizia que iria cuidar de mim até eu ficar bem velinha”, lembrou Antônia Assunção.

A mãe de Deusiane lembra que a filha estava insatisfeita no Batalhão Ambiental e já pensava em sair da polícia para se dedicar a uma faculdade de direito. “O sonho dela era ser Juíza”, lembrou a mãe da policial morta.

Caso Deusiane completa 5 anos de impunidade
Dona Antônia até hoje espera que a morta da filha seja julgada e os culpados punidos – Polícia24hAM

Denúncia do MPE

Em 2017, o Promotor de Justiça Edinaldo Aquino Medeiros, do Ministério Público Estadual denunciou o Cabo Elson pelo homicídio de Deusiane e outros quatro policiais militares por falso testemunho. Todos continuam soltos e trabalhando normalmente dentro da PM.

A próxima audiência do caso está marcada para o mês de Julho. O processo ainda está na fase de instrução, quando se ouve as testemunhas em juízo. São pessoas arroladas desde o início da investigação e outras solicitadas mais recentemente pela justiça.

Só depois dessa fase os denunciados pelo MPE serão ouvidos justiça e o caso poderá ir a julgamento popular pelo Tribunal do Juri.

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