A avó de Ana Beatriz Viera Lacerda, a jovem encontrada morta, nesse domingo, com sete tiros na Colônia Japonesa, na zona centro-sul, negou que a neta fosse garota de programa. Segundo a avó, que pediu para não ser identificada, Bia, como era chamada, tinha tudo o que queria e não precisava se prostituir.
“Esse negócio que ela era garota de programa não existe. Nós dávamos tudo para ela. Sei que ela namorava muito e como ela era linda, as pessoas ficam dizendo esse negócio aí, que ela era prostituta”, disse a avó.
Bia Viera morava com os avós desde que nasceu. Ela sonhava em ter uma profissão. Atualmente não estava estudando e sempre saia para as festas.
“Ela saia como todo jovem. Minha neta gostava muito de dançar. Ela ia voltar agora a estudar. Eu não conhecia os amigos com quem ela saia”, lembrou a avó que disse ter falado a última vez com a neta no sábado à noite, antes de ela sair de casa pela última vez.
“O que fizeram com ela foi uma tortura. A pessoa foi muito cruel. Eu tenho certeza que a polícia vai pegar quem fez isso”, disse a avó que só ficou sabendo da morte da neta no domingo à tarde, quando viu as notícias pelas redes sociais. “Quem matou minha neta levou a bolsa dela com os documentos e o celular. Meu Deus, ela tinha completado 18 anos agora em dezembro”, lamentou em prantos a avó de Bia Viera.
O crime
O corpo de Bia foi encontrado sem identificação na estrada dos Japoneses, na Colônia Japonesa, nesse domingo, dia 2. Inicialmente o corpo não foi identificado pois estava sem nenhum documento.
A vítima estava bem vestida e tinha sete perfurações de tiro. A maioria na região do rosto e tórax.
Nessa segunda, dia 3, a dona da casa onde Bia foi encontrada morta contou que passou que os tiros eram fotos de artificio.
“Meu irmão bateu na minha porta falando da mulher morta. Ela ainda tentou entrar no portão provavelmente para fugir”, relatou a mulher que pediu para não ser identificada.
No domingo, uma das reportagens publicadas na imprensa local mostrou um suposto primo de Bia Viera afirmando que ela havia entrado no mundo da prostituição por intermédio de Fernanda Caroline Chaves Pinho, a “Barbie do Tráfico”, que foi assassinada em setembro de 2019, no centro de Manaus.
Um vizinho de Bia, confirmou que ela era envolvida com traficantes. “Ela sempre ficava fumando droga ali em baixo com os muleques da bocada”, afirmou o rapaz que é morador da mesma rua onde a jovem morava, no bairro de Adrianópolis, na zona sul de Manaus.
Redes sociais
Nas redes sociais a morte da jovem abalou os amigos dela. Muitos postaram mensagens sem acreditar no assassinato. Já, outros, lembraram que a jovem gostava de festas e de supostamente consumir drogas.
A polícia civil já iniciou a investigação desse caso.
