Vários bairros de Manaus registraram foguetório na tarde deste domingo, dia 26, e o motivo seria a morte de Alexandro Campos da Costa, 45, conhecido como “Coroa” ou “Alex Padeiro”, um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, na cidade. Ele estava com câncer e morreu no sábado, dia 25.
Um “salve”, que é uma espécie de ordem aos membros da facção, foi enviado a grupos de WhatsApp pedindo o foguetório para o horário do cortejo de “Coroa”, que estava internado na Fundação Hospital do Câncer (FCecon), onde faleceu.
As 13h, em ponto, os fogos começaram em toda Manaus. Foram mais de meia hora de queima de fogos. Nos bairros da zona sul o movimento foi mais intenso. Locais como Praça 14, Morro da Liberdade e Educandos tiveram um foguetório ainda maior.
Na zona leste de Manaus, o bairro do Coroado foi onde se teve a maior concentração de fogos de artifício das homenagens a “Coroa”. Nas zonas oeste e norte, apenas alguns bairros tiveram o foguetório.
Liderança
Alexandro possuía um longo histórico criminal. Em julho de 2019 foi preso na zona norte de Manaus com armamentos pesados: um fuzil 556, uma submetralhadora, três escopetas calibre 12, uma pistola nove milímetros, um revólver calibre 38, cinco coletes balísticos, cinco granadas de uso restrito das Forças Armadas e aproximadamente 30 quilos de pasta base de cocaína.
Na época a prisão foi realizada pelos policiais militares das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam). Segundo a policia, “Coroa” também estava envolvido em diversos homicídios ocorridos em Manaus, principalmente os crimes ligados a guerra entre facções, entre eles, um triplo homicídio em Presidente Figueiredo, em 2018.
Chacina de Presidente Figueiredo
Segundo a polícia, “Alex Padeiro” comandou a execução de Alexandre de Oliveira Lemos, 37, o “Ala”, considerado segurança do narcotraficante João Pinto Carioca, o ‘João Branco’, líder da Família do Norte (FDN), que é rival do CV.
No dia da chacina, 17 criminosos comandados por Alex e pelo segurança dele, Mário Orlan Silva de Jesus, 27, o “Gordinho”, invadiram o local onde estava “Ala”. Eles chegaram em quatro carros e, antes de irem para a Vila de Balbina, se organizaram em um posto de combustíveis na BR-174. Duas pessoas sobreviveram e confirmaram a participação de “Coroa” no crime.
Salve de facção
Um vídeo com a foto de Alexandro circula junto com uma mensagem aparentemente enviada pelo comando da facção, em Manaus. O texto pede para que “todos os irmãos se mobilizem para comprar fogos de artifício” que serão soltos durante o cortejo de “Coroa”. O intuito, segundo a mensagem da facção, é para que todo o Estado saiba o quanto Alexandro fará falta a organização criminosa.
