Apesar das autoridades não falarem sobre o assunto, é nítido para a população que uma nova guerra entre facções se instalou em Manaus. Agora o confronto, que já contabiliza dezenas de mortes, é entre o recém chegado Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Na última semana o principal palco desse confronto foram os bairros da zona Centro-Oeste da capital, como Alvorada, Redenção e Bairro da Paz. Mas nesta madrugada, a zona Sul também registrou um óbito nessa disputa que parece interminável.
A vítima da vez foi Hudson Pereira da Silva, traficante do Comando Vermelho conhecido como “Feio”. Ele é apontado pela polícia como o líder dessa facção na área do bairro de Petrópolis e São Francisco, área do famoso Beco Mossoró.
“Feio” foi executado a tiros na rua Dom Jackson Damasceno, em Petrópolis, por volta da meia-noite. Depois da morte dele, algumas mensagens começaram a circular em grupos de WhatsApp fazendo referência ao PCC como sendo o responsável pela execução de uma das lideranças do CV na zona Sul de Manaus.
Bairro da Paz
Na noite desse sábado (25) um outro traficante, que também seria integrante do CV, escapou da morte. Sem ter o nome divulgado, o homem de aproximadamente 23 anos, foi baleado na perna após um confronto armado no bairro da Paz, na zona Centro-Oeste de Manaus.
A região vive uma intensa disputa entre as facções Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital. Essa disputa inclusive é visível em muros e paredes em várias partes do bairro.
Para se ter uma ideia dessa nova guerra, só nos últimos dez dias os bairros da Redenção, da Paz, Alvorada e até Nova Esperança foram palco de confronto: no dia 17, na rua Cabedelo, na Redenção, um traficante foi morto com 13 tiros; depois, no dia 24 de julho, houve um ataque com granadas na casa de uma liderança de facção criminosa na rua Novo Alegre, no Nova Esperança; fora outros casos.
Mas além de bairros das zonas Sul e Centro-Oeste, o confronto PCC e CV também vem deixando marcas nas zonas Leste e Norte. A comunidade Nossa Senhora de Fátima, na zona Norte, por exemplo, tem sido palco constante dessa nova guerra.
Quando veremos cenas finas dessa história? Talvez nunca. Afinal, a guerra contra as drogas no mundo todo nunca surtiu o fim das organizações criminosas. Pelo contrário, elas apenas se renovaram.
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