A fanpage Pessoas Desaparecidas Manaus descobriu a verdade sobre os dois adolescentes dados como sequestrados, nessa quarta-feira, dia 12, do bairro Nova Esperança, na zona oeste de Manaus. A história dos garotos de 11 e 13 anos foi parar em sites de notícias após essa onda de fake news sobre o sequestro de crianças e adolescentes na cidade.
Os dois jovens voltaram para casa no final da noite de quarta, levados por uma equipe de reportagem de um site, que afirmou ter encontrado os supostos sequestrados no bairro da Alvorada, na zona centro-oeste.
A verdade dessa história é que os dois adolescentes, em vez de retornar para casa após a aula, resolveram ir pedir dinheiro em semáforos da cidade, como contou a tia-mãe de um dos meninos para os donos da página Pessoas Desaparecidas Manaus.
Inclusive um dos garotos explicou que ele o amigo já estavam retornando para casa, por volta das 11h da noite, quando foram abordados pelo carro da reportagem, que os levou até seus parentes.
Entrevista dada à fanpage Pessoas Desaparecidas Manaus
Fake news causou medo na família
A tia do adolescente de 11 anos contou que soube pelo filho, que também estuda na escola municipal Cândido Honório Ferreira, na Alvorada, que o sobrinho saiu mais cedo do colégio. Como ele não retornava para casa, ela começou a procurar nas lan houses da área mas não o encontrava.
“Com essa crise de muitas crianças desaparecidas; sendo sequestradas; esse negócio de retirar órgãos; essas coisas, isso deixa a gente ‘pavorosa’; eu já comecei a ficar angustiada”, disse a tia aos responsáveis pela página do facebook.
Após essa onda de pânico instalada na família, uma outra tia do garoto de 11 anos entrou em contato com a imprensa, após a polícia ter se negado a registrar o boletim de ocorrência. “Lá disseram que só depois de 24h. E nós íamos registrar só hoje (quinta-feira)”, contou a tia-mãe do adolescente.
Segundo o Ministério Público Estadual, não existe nenhuma lei ou norma administrativa que determine o registro de ocorrência de uma pessoa desaparecida apenas após 24 horas do sumiço. Pelo contrário, a comunicação deve ser feita logo que se perceber algo de errado.
Delegada alerta sobre notícias falsas
E foi justamente sobre o perigo da divulgação de notícias falsas envolvendo o desaparecimento de pessoas, que a delegada de proteção a criança e ao adolescente, Joyce Coelho, convocou a imprensa na tarde dessa quinta-feira.
“Nos últimos dias houve uma quantidade expressiva de notícias falsas sendo compartilhadas nas redes sociais, envolvendo sequestros de crianças na cidade”, afirmou a delegada.
Segundo Coelho, os boatos iniciaram após Erlon Gabriel desaparecer, no dia 6 de fevereiro deste ano, quando brincava em frente à casa onde ele mora com a família, na comunidade União da Vitória, bairro Tarumã, zona oeste da capital.
“As pessoas que tiverem conhecimento sobre esse tipo de crime, formalizem a denúncia em uma unidade policial mais próxima, com responsabilidade para não criarem pânico na população, como está acontecendo nos últimos dias”, ressaltou Coelho.
