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PF quebra quadrilha que movimentou milhões com garimpo ilegal

por Raphael
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Boa Vista/RR – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (7/10) a Operação URIHI WAPOPË*, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que seria responsável por fornecer apoio logístico aéreo para exploração de garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami. Policiais federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal em Roraima, que também determinou o bloqueio de mais de R$ 9.5 milhões dos envolvidos e a suspensão de atividades econômicas.

As investigações tiveram início após a prisão de um piloto, em outubro de 2018, abordado por militares do exército durante ação de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. O inquérito policial indica que a organização criminosa seria liderada por um empresário e contaria com a participação de dois filhos e de outras três pessoas, além de laranjas, que seriam os proprietários formais de empresas envolvidas nos crimes.

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O grupo utilizaria uma empresa de táxi aéreo e outra de poços artesianos para operacionalizar as atividades de envio de suprimentos e pessoas para áreas de garimpo clandestino, e seriam remunerados com ouro ilegal. A Justiça determinou a suspensão do exercício de toda e qualquer atividade econômica desenvolvida pelas duas empresas e por quatro suspeitos.

Segundo as investigações, o grupo teria movimentado ao menos R$ 425 milhões apenas nos últimos dois anos. Relatórios do COAF informaram movimentações incompatíveis com a capacidade financeira dos envolvidos, indicando a possibilidade de configurar indícios do crime de lavagem de dinheiro ou com ele relacionar-se.

Também chamou a atenção dos investigadores o fato de que o principal suspeito seria o arrendatário de um terreno em zona limítrofe à Floresta Nacional de Roraima, área aparentemente estratégica na logística do transporte aéreo de combustível para o garimpo ilegal. No local foi encontrado um tanque de armazenamento de combustível, o qual estaria sendo utilizado com autorização ambiental emitida pela FEMAR (órgão ambiental do estado de Roraima).

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Tal fato levanta suspeitas quanto à regularidade da emissão da referida autorização, tendo em vista que o local onde o tanque foi construído faz parte de Área de Preservação Permanente da propriedade e, por isso, não poderia ter sido instalado ali. Os principais crimes investigados são participação em organização criminosa, usurpação de bem da União, lavagem de dinheiro e crimes ambientais.

As penas destes crimes, somadas, podem ultrapassar os 27 anos de prisão.

*O nome da operação faz alusão ao termo usado pelos povos Yanomami para se referirem aos garimpeiros, que invadem a sua terra em busca de ouro.

Com informações da PF

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