Um dos sobreviventes da emboscada que matou os dois policiais militares da Companhia de Operações Especiais (COE) nessa segunda-feira, dia 3, numa região de mata no município de Nova Olinda do Norte, contou como tudo aconteceu. Foram momentos de muita tensão e de um intenso confronto armado.
O policial enviou um áudio aos amigos relatando como tudo aconteceu. Ela era o piloto da lancha que levou os policiais da COE do barco de apoio até a área onde houve o ataque.
“Eu tava pilotando a lancha pros ‘Caveiras’. Assim que eles desembarcaram, não demorou muito e já teve o confronto”, relatou o policial.
“Caveira” é o nome dado aos policiais que servem na COE. Eles e outros militares da Secretaria Executiva de Operações (Seaop) estavam na região do Rio Abacaxi atuando contra as organizações criminosas que transportam drogas pelos região.
Segundo o policial que sobreviveu, a patrulha realizada ontem era para emboscar os criminosos, mas eles é que forram emboscados.
“Eles fizeram uma contra emboscada. Os caras já estavam preparados, tanto que estavam deitados. Eles atiraram deitados. Não deu tempo nem de todos aferrarem”, contou o sobrevivente.
Nesse momento, conta o policial, se iniciou um ataque contra a equipe da COE. “O Wagner estava em pé e pegou um tiro na testa. O outro, o C. Souza, se virou e pegou um tiro na lateral, onde o colete não pega”. Além deles, outros dois “Caveiras” acabaram baleados e ficaram no local revidando aos tiros enquanto o reforço não chegava.
“Foi tiro, tiro, tiro! Depois eu cheguei lá com o pessoal da Seaop para dar apoio”, contou o sobrevivente.
O resgate dos corpos
Com dois policiais já mortos e outros dois sob um forte ataque a tiros, um outro grupo de policiais chega ao local da emboscada. Enquanto um grupo dá cobertura, atirando contra os bandidos, outro rasteja para resgatar os corpos do sargento M. Wagner e do cabo C. Souza, além dos feridos.
“Eu cheguei lá e fui puxando o Wagner, que já estava desfalecido, e o C. Souza. Ai fiquei puxando, puxando e os meninos metendo fogo pra lá, para guarnecer a gente ali, enquanto a gente botava os dois na lancha”, contou o policial.
Após saírem da área da emboscada, todos os policiais envolvidos na missão retornaram para a sede de Nova Olinda do Norte, onde os outros policiais baleados foram atendidos. Eles perdiam muito sangue mas conseguiram estabilizar.
Caçada começou
De acordo com o secretário de segurança pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, o ataque contra os policiais aconteceu quando a equipe tentava prender um traficante identificado apenas como “Bacural”, que estava preso, mas foi resgatado da prisão no município por criminosos armados.
“Algumas lideranças já foram identificadas e estão sendo caçadas na mata.”, afirmou o secretário que enviou aproximadamente 40 policiais nesta terça.
Áudio
Ouça o áudio na íntegra do policial que pilotava a lancha e sobreviveu ao ataque.
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