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- Homem preso por esquartejar namorada em Porto Alegre já havia matado e concretado a mãe em 2015.
- Ricardo Jardim foi condenado a 28 anos, obteve progressão de regime e estava foragido.
- Polícia trata o novo caso como feminicídio com motivação financeira; tronco foi achado em mala.
O publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, preso na sexta-feira (5) em Porto Alegre por suspeita de esquartejar a namorada, já havia sido condenado a 28 anos de prisão por matar e concretar o corpo da própria mãe, em 2015.
A revelação foi feita pela Polícia Civil durante a investigação do novo crime, que chocou o Rio Grande do Sul. O corpo da vítima atual, uma mulher de 65 anos, foi encontrado em partes, sendo o tronco localizado dentro de uma mala deixada na rodoviária da capital.
Condenado por matar a mãe, estava foragido
O caso anterior ocorreu em 2015. Jardim foi condenado em 2018 por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e posse de arma.
Na ocasião, o publicitário assassinou a própria mãe e escondeu o corpo dentro de uma estrutura de concreto. Apesar da gravidade do crime, obteve progressão de regime e estava recentemente foragido da Justiça.
A reincidência chocou os investigadores. “É alguém que já mostrou ter alto grau de periculosidade e voltou a agir de forma brutal”, afirmou o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios.
Nova vítima era a namorada
A nova vítima morava em Porto Alegre e era namorada de Ricardo Jardim. Ela trabalhava como manicure e teria conhecido o suspeito em uma pousada.
De acordo com a Polícia Civil, o crime teria motivação financeira. O homem teria tentado utilizar cartões de crédito da vítima após matá-la.
Esquartejamento e descarte planejado
O assassinato ocorreu em 9 de agosto. Os braços e pernas da mulher foram encontrados no dia 13, em sacolas de lixo, na Zona Leste de Porto Alegre.
Em 20 de agosto, o tronco foi deixado em uma mala no setor de guarda-volumes da rodoviária da capital. O local é monitorado por câmeras, o que permitiu à polícia identificar o suspeito.
- 9 de agosto: data estimada do crime;
- 13 de agosto: membros encontrados em sacolas de lixo;
- 20 de agosto: tronco deixado na rodoviária;
- 5 de setembro: prisão de Ricardo Jardim.
A mala ficou 12 dias armazenada até que funcionários a abrissem devido ao forte odor, encontrando o tronco embalado em sacos plásticos.
Suspeito se expôs apesar de cautela
Segundo o delegado Mario Souza, o suspeito usou máscara, óculos, boné e luvas para dificultar a identificação. Mesmo assim, foi capturado por câmeras ao abaixar a máscara em um estabelecimento na Zona Norte da cidade.
O delegado afirma que, apesar de tomar cuidados, o homem pode ter desejado chamar atenção. “Ele quis afrontar o Estado e a sociedade”, disse Souza.
Polícia suspeita de terceiro ato
O crânio da vítima ainda não foi localizado. A polícia acredita que Jardim poderia planejar um terceiro descarte.
Também há indícios de que o suspeito tenha deixado pistas falsas no guarda-volumes e até feito denúncias anônimas para tentar manipular a investigação.
“Parecia que ele queria estar um passo à frente da polícia”, acrescentou o delegado.
Reincidência expõe falhas no sistema penal
A prisão de um criminoso reincidente em crimes brutais reacende o debate sobre o sistema penal brasileiro. Mesmo após condenação por homicídio e ocultação de cadáver, Jardim foi beneficiado com progressão de regime.
Para o delegado Souza, trata-se de alguém que não pode conviver em sociedade. “Tem altíssima capacidade de voltar a cometer crimes”, concluiu.
Contexto do feminicídio no Brasil
O crime é investigado como feminicídio, homicídio qualificado cometido contra mulher por razões de gênero. Em 2023, o Brasil registrou 1.463 casos de feminicídio, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A legislação brasileira prevê pena de 12 a 30 anos para esse tipo de crime. No entanto, a reincidência de criminosos violentos como Jardim levanta questionamentos sobre a efetividade das medidas punitivas e a fiscalização da progressão de regime.
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