O engenheiro Paulo José Arronenzi, 52, vai à júri popular por matar a facadas a ex-esposa, a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, 45, na véspera de Natal, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, titular da 3ª Vara Criminal da Capital, aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça junto ao III Tribunal do Júri da Capital nesta segunda-feira.
De acordo com a decisão do juiz, os indícios sugerem que o crime foi cometido mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Alexandre Abrahão também destacou que o crime foi de feminicídio, e a expectativa é que o julgamento ocorra ainda este ano.
Na denúncia do MPRJ, o “crime foi cometido por meio cruel e por motivo torpe”, impossibilitando a defesa da vítima, tendo sido agravado por ter ocorrido na presença das três filhas do casal – duas meninas gêmeas de 7 anos e uma de 10. Os promotores qualificaram o crime como motivo torpe, uma vez que o engenheiro ficou inconformado com o término do relacionamento, principalmente pelas consequências financeiras na sua vida, já que Viviane o ajudava financeiramente quando estavam casados.
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O MPRJ também levou em consideração o fato da vítima ter sido atacada de surpresa quando descia do carro enquanto levava as filhas para a casa do criminoso. As informações são do jornal carioca “O Dia”.
Segundo o depoimento da mãe da juíza, Sara Vieira do Amaral, a vítima e o engenheiro foram casados por 11 anos, período em que os contatos entre ela e a filha foram mais por telefone. O marido a mantinha isolada, assim como as filhas.
Em setembro de 2020, Viviane propôs a separação, em razão do comportamento violento do engenheiro. Ele nunca aceitou o divórcio e a juíza foi morar com a mãe.
O irmão da juíza, Vinicius, confirmou o comportamento violento do cunhado, acrescentando que ele não assumia financeiramente as despesas da família.
Além dos depoimentos dos parentes e amigos da juíza, consta no processo relatos de testemunhas que presenciaram o crime. Contaram que tiveram a atenção despertada pelo comportamento estranho do engenheiro, que andava de um lado para o outro na calçada, enquanto aguardava a chegada da ex-esposa. Assim que ela desceu do carro com as filhas, foi atacada pelo criminoso. Paulo levava uma mochila, onde guardava outras facas.
Relembre o caso
A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça do Rio, foi morta a facadas no início da noite do dia 24 de dezembro de 2020, véspera de Natal, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Segundo informações da Polícia Militar, o caso ocorreu por volta das 18h, na Avenida Rachel de Queiroz, 380, em frente ao Colégio Januzzi.
O autor do crime é o ex-marido dela, o engenheiro Paulo José Arronenzi, que cometeu o crime na frente das três filhas do casal menores de idade. Ele foi preso e levado para a Delegacia de Homicídios (DH).
De acordo com a Guarda Municipal, agentes estavam na base do subgrupamento, que fica ao lado do Bosque de Barra, quando foram acionados para ajudar a vítima. No local, encontraram a mulher caída e desacordada.
Na ocasião, o criminoso recebeu voz de prisão no local e foi encaminhado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde foi atendido e posteriormente conduzido para a delegacia.
Segundo a Polícia Civil, Viviane havia feito um registro de ameaça e lesão corporal contra o ex-marido em setembro. Na época, ela chegou a ter escolta policial concedida pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), mas logo pediu a suspensão.
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