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Partido de David Almeida previa R$ 1 Mi pra ataques a Governador na pré-campanha

por policia24hAM
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A revista Cenarium descobriu que o Diretório Municipal do Avante, em Manaus (AM), programou um valor de R$ 1 milhão de reais, no período de 20 de maio a 20 de julho, para pagar um sistema robotizado destinado a produzir engajamentos positivos aos pré-candidatos da legenda nessas eleições, entre eles o prefeito da capital, David Almeida, e gerar ataques a adversários, entre os quais o diretório aponta para o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil).

As informações constam em uma planilha detalhada de gastos gerada por funcionários do Avante, durante a pré-campanha eleitoral de 2024, e obtida com exclusividade pela CENARIUM na noite desta sexta-feira, 10. A reportagem buscou a assessoria de imprensa do partido para questionar os dados do documento, mas até o fechamento da matéria, a legenda não respondeu às perguntas.

De acordo com a planilha, o Avante orçou um recurso específico para o trabalho nas redes sociais. No primeiro mês (20 de maio a 20 de junho), o valor a ser pago será de R$ 500 mil, e no segundo mês (21 de junho a 20 de julho), a quantia a ser desembolsada será de R$ 500 mil, totalizando R$ 1 milhão em dois meses. Os serviços de redes sociais nesse período, segundo o documento, foram também divididos pelas metas a serem alcançadas e tipo de plataforma.

Para o Facebook, havia a prescrição de curtidas, visualizações para lives de até 120 minutos com auxílio de robôs. Um sistema também será pago para fazer upload (carregamento) de informações positivas do pré-candidato com 300 robôs postando até 900 mensagens positivas por meio de inteligência artificial.

‘Wilçu Fora’

Na planilha de despesas pré-eleitorais do partido Avante com as redes sociais, há um campo destinado somente a fazer ataques a pessoas que o partido considera adversário. Dentre os concorrentes, está a frase “Wilçu Fora”. O termo é referente ao governador do Amazonas, Wilson Lima, que foi aliado de David Almeida e, hoje, apoia a pré-candidatura do colega de partido, o deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil).

Pelos dados apontados no documento do Avante, os robôs serão programados para captar “informações desagradáveis” dos “candidatos contrários” e rebatê-las, no qual foram citados “prefeitos e vereadores”. O sistema prevê que uma replicação de até 900 vezes, direto da base de controle.

Remoção de matérias

O documento de despesas do Avante programou, também, dinheiro para pagar um sistema de inteligência artificial para remover matérias negativas contra os pré-candidatos da legenda de “páginas do sistema WordPress”, utilizado pela grande maioria dos portais, sites e blogs de notícias de Manaus.
A sigla também pretende usar a inteligência artificial, de acordo com a planilha do Avante, para fazer a exclusão de postagens negativas contra os pré-candidatos do partido nas plataformas do Facebook e Instagram.

Blindagem israelense

O Avante destinou dinheiro também para um “servidor israelense” executar a “blindagem de aparelhos celulares” dos pré-candidatos do partido e dos assessores que vão atuar na pré-campanha por cada IMEI, sigla que em inglês significa “International Mobile Equipment Identity” ou “Identificação Internacional de Equipamento Móvel”, remete a um número composto normalmente por 15 dígitos – são únicos e globais -, que permitem a identificação de cada celular.

Esse tipo de serviço prevê segurança de comunicações móveis e ferramentas de criptografia de dados e oferece proteção a comunicações móveis contra espionagem e grampos com máxima eficiência. O sistema que o Avante pretende pagar permite, ainda, a garantia a conversação ponto a ponto segura, envio de mensagens de texto e fonadas, além de troca de arquivos e SMS totalmente encriptados e com autenticação potente.

Legalidade e ilegalidade

A advogada especialista em Direito Eleitoral Denise Coelho explicou que as despesas partidárias do Avante com a pré-campanha eleitoral estão dentro da legalidade. Segundo ela, o protocolo está previsto na Lei 13.165/2015, conhecida como “Minirreforma Eleitoral”. A legislação alterou regras eleitorais, e passou a permitir despesas nas pré-campanhas, por conta da redução do tempo das campanhas eleitorais propriamente ditas.

“Nesse sentido, o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] passou a aceitar que pré-candidatos se divulguem nas redes, façam eventos pagos pelos seus partidos para planejar campanhas e usem recursos — por exemplo, para promover posts —, desde que com moderação”, explicou Denise.

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