O peruano Ruben Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, foi detido por suspeita de envolvimento nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. A notícia foi confirmada pela Polícia Federal, que deu detalhes as investigações em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (08), em Manaus (AM).
“Colômbia” é também suspeito de participação no narcotráfico, que utiliza vários rios amazônicos como meios de escoamento de grande produções de entorpecentes oriundas da tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru, por meio, principalmente, da cidade de Tabatinga (AM), distante 1.011 quilômetros de Manaus. Coelho já vinha sendo apontado como um dos supostos envolvidos no crime ocorrido no início de junho.
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O peruano já era citado por veículos de imprensa como suspeito de ser um dos mandantes dos crimes praticados contra o jornalista e o indigenista. De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes, a instituição continua aprofundando as investigações para descobrir se há, de fato, pessoas que tenham ordenado a morte dos dois.
A prisão de “Colômbia” aconteceu durante a apresentação dele à Polícia Federal, ocasião em que negou participação nas mortes. No entanto, foi constatado que ele apresentou documentos de identificação falsificados, em nome de “Rubens Villar Coelho”, com registro de nascimento em Benjamin Constant, município vizinho a Tabatinga.
Durante o depoimento, entretanto, ele alegou ter nascido na cidade de Metisse, na Colômbia, e apresentou outro documento, este de procedência colombiana. Como não cabe fiança ao crime de falsificação de documentos, foi dada voz de prisão ao homem, que ainda possui um terceiro documento de identificação, este peruano, cujo nome não foi revelado pela PF.
Ruben também é suspeito de atuar como comprador da pesca ilegal praticada nas áreas indígenas do Vale do Javari. A denúncia deve ser alvo de investigação da PF, que procura confirmar a possível participação dele como financiador dos pescadores e beneficiário da receptação desse pescado.
No depoimento, prestado de forma voluntária após ter seu nome citado nos noticiários, ele alega que a compra dos peixes é realizada de forma lícita e nega participar do plano que levou à morte da dupla na região. Segundo o superintendente da PF, ele chegou a citar Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, como sendo um dos pescadores com quem faz negócios.
“Colômbia” ficará à disposição da Justiça e será submetido à audiência de custódia.
Foto: OAB-AM/Divulgação