Os depoimentos confidenciais de um cadeirante, de 28 anos, que foram prestados a delegados da Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai) e na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) há alguns anos atrás podem mudar o curso do julgamento do processo criminal do assassinato de Alessandro Silva Coelho, o “Bebetinho da 14”.
Em depoimentos com riquezas de detalhes, o cadeirante que já foi assassinado no ano de 2012, com mais de 50 estocadas no Centro de Detenção Provisória (CDP), situado no km 8 da rodovia BR-174 revela da morte de Luiz Alberto Gomes Coelho, o “Bebeto da 14”, executado em fevereiro de 2009, pelos pistoleiros “Gregório” e Alan Castimário, o “Nanico”, que receberam ordens de “Alan Guga” (Alan Costa Rodrigues), que foi assassinado no dia 6 de maio de 2012, em um evento no bairro Tarumã, Zona Oeste.
A revelação que muda o curso do julgamento é que “Nanico”, um homem identificado como “Jacaré” e Gregório, participaram da execução de Alessandro Silva Coelho, 28, o “Bebetinho da 14”, morto a tiros na madrugada do dia 13 de junho de 2008, dentro do carro em que estava na avenida Belmiro Vianez, bairro Alvorada, zona Centro-Oeste.
O processo, que tem como réus Raphael Wallace de Souza, filho do ex-deputado Wallace Souza e os seus dois seguranças na época os policiais militares Átila Silva da Costa e Eliseu de Souza Gomes e o amigo de Raphael, Marcelo Terças de Oliveira pode ter uma reviravolta na Justiça do Amazonas.
Ainda conforme os depoimentos, o primo de “Bebetinho”, Flávio Augusto Coelho dos Santos, 29, o “Flavinho da 14”, executado na manhã do dia 4 de novembro de 2010 com tiros de PT 40, na rua General Glicério, no bairro Cachoeirinha, foi morto por “Nanico” e outro traficante.
Em outro depoimento, o depoente revela que “Flavinho” ao saber quem estava por trás da execução do tio (Bebeto da 14) e Bebetinho, fez uma lista com os nomes de Alan Costa, o “Guga”, Alan Castimário, o “Nanico”, Joel França, o “Jojoba”, Jacob França, o “Jacozinho”, Jefferson França, o “Jefinho”, um homem identificado apenas por “Faustão”, José Antônio Ferreira, o “gato Preto”, Orivelton e um colombiano, mas a informação vazou, e Flávio Augusto, foi executado por Nanico e outro traficante de Manaus.
Guga possivelmente foi assassinado no Tarumã pelos “irmãos metralhas” Jacob Jessé, 28, o ‘Jacozinho’, e Joelson Dias França, 26, o ‘Jojoba’, que após o crime foram mortos pelo tribunal do crime no conjunto Jardim de Versalles, no bairro Planalto, Zona Centro-Oeste. A sequência de mortes ocorreram ao longo dos anos por causa da disputa de tráfico de drogas no Amazonas.
Trama
O envolvimento de Raphael Souza, os policiais militares Átila Silva Eliseu Gomes e o amigo Marcelo Terças pode ter ocorrido por conta da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ao qual foi proposta pelo ex-deputado estadual Wallace Souza, que era pai de Raphael contra os comissários da Polícia Civil do Amazonas (PCAM). No entanto, com o depoimento sigiloso do cadeirante às mortes de Bebeto, o filho Bebetinho e o sobrinho Flavinho tomam novos rumos no Tribunal de Justiça do Amazonas.