A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (2/3), a operação Cama de Gato, com objetivo de cumprir 21 mandados de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas, dentre elas políticos, servidores públicos, familiares deles e outros integrantes de uma organização criminosa que atua praticando crimes de fraude à licitação, desvio de recursos, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
A investigação teve início em abril de 2021. As fraudes ocorreram durante e após o período da pandemia do COVID 19. As contratações eram, em sua grande maioria, realizadas por meio de dispensa de licitação.
Em apenas um dos contratos, foi verificado que a prefeitura de Eirunepé pagou mais que o dobro do valor cobrado em todo o estado do Amazonas por 150 mil máscaras de proteção. Além disso o quantitativo adquirido equivale a cinco vezes o contingente populacional da cidade.
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Entre os investigados está o próprio prefeito de Eirunepé, Raylan Barroso (MDB). Sua casa em Manaus foi um dos alvos da PF. Nas últimas eleições, em 2022, Raylan apoiou o então candidato ao Governo de Estado Eduardo Braga, de quem é correligionário.
Após um ano de trabalho investigativo, a polícia identificou que o grupo criminoso, ligado à cúpula da Prefeitura Municipal, participava de um esquema de desvio de recursos públicos realizado através da contratação de empresas fictícias ou de fachada, constituídas com o único objetivo de desviar verbas federais.
Os mandados foram cumpridos em Eirunepé e Manaus. Foram mobilizados cerca de 50 policiais da Delegacia de Polícia Federal de Cruzeiro do Sul e da Superintendência da PF no Amazonas, além do apoio do destacamento da Aeronáutica em Eirunepé.
A estimativa é que os desvios estejam ocorrendo desde o ano de 2020. O prejuízo ao município ultrapassa R$ 10 milhões em contratações fraudadas.