A terceira fase da Operação Sangria, deflagrada na manhã desta segunda-feira (30), em Manaus, pela Polícia Federal (PF) tem por objetivo o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), todos na capital do Amazonas/AM, afirmou a entidade. São investigados fatos relacionados a possíveis práticas de crimes como pertencimento a organização criminosa, fraude a licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, a partir das provas coletadas nas fases anteriores, identificou-se que funcionários do alto escalão da Secretaria de Saúde do Amazonas direcionaram uma licitação em favor da empresa investigada, cujo objeto seria a aquisição de respiradores pulmonares, sob orientação da cúpula do Governo do Estado.
Ainda segundo a PF, os respiradores pulmonares já teriam sido adquiridos antes mesmo da abertura da licitação, em outro Estado. Em seguida, o próprio Governo do Amazonas trouxe, mediante transporte aéreo, os equipamentos adquiridos pela empresa, custeando o frete.
Com a chegada dos respiradores pulmonares em Manaus/AM, a empresa, mediante acerto, repassou os equipamentos à adega que os revendeu ao Governo após a dispensa de licitação. Assim, a distribuidora de bebidas entregou os produtos que a empresa investigada já tinha adquirido de fornecedores e o próprio Governo do Amazonas os transportou para Manaus/AM no dia anterior à contratação da empresa de vinhos.
As triangulações realizadas entre as empresas investigadas, bem como o fretamento aéreo dos respiradores pulmonares custeado pelo Governo do Amazonas, aumentaram a margem de lucro ilícita dos investigados, cita a PF, destacando que no Edital de dispensa de licitação é explícito que tais custos deveriam ficar à cargo da empresa contratada, e não do Governo.
Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, pertencimento a organização criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, poderão cumprir pena de até 30 anos de reclusão.
O nome da operação é uma alusão às suspeitas de que uma revendedora de vinhos tenha sido utilizada para desviar recursos públicos que deveriam ser destinados ao sistema de saúde.