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Operação mira ligação de traficantes do Amazonas com o Rio de Janeiro e outros Estados

por Raphael
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A Polícia Civil cumpre, na manhã desta terça-feira (09), 26 mandados de prisão no Rio de Janeiro, Amazonas, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, no âmbito da segunda fase da Operação Rota do Rio, contra a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Na capital fluminense, as ações ocorrem nas comunidades Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, zona Norte.

Entre os alvos na favela carioca estão traficantes conhecidos do Amazonas, de onde partiam drogas em direção ao Rio de Janeiro, em um esquema de lavagem de dinheiro que utilizava diversas contas e empresas para pulverizar os pagamentos e disfarçar a origem ilícita da movimentação financeira.

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Moradores relataram houve intenso tiroteio na região desde o início da manhã. Imagens publicadas nas redes sociais mostram agentes a pé e viaturas circulando pelas comunidades cariocas. A ação é realizada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD).

Até o momento, oito pessoas foram presas, sendo uma pessoa foi presa no Rio, outra em São Paulo e seis em Manaus, no Amazonas, para onde policiais do Rio de Janeiro também se dirigiram com o objetivo de atuar no cumprimento dos mandados de prisão junto aos alvos no Estado da região Norte.

Por conta do confronto, o atendimento foi modificado em Clínicas da Família na região e 22 escolas municipais sofreram impacto no seu funcionamento normal. Outras duas escolas estaduais foram fechadas.

O Esquema

Segundo a Polícia Civil, a operação ocorre após investigações que analisaram transações entre 2017 e 2022 e apontaram uma estrutura criminosa complexa, com uma divisão sofisticada de tarefas para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. O esquema envolvia depósitos bancários em contas de pessoas jurídicas, localizadas, principalmente, em regiões de fronteira do Amazonas, para ocultar a origem ilícita do dinheiro. A ação ainda prevê bloqueio de bens e valores relacionados aos investigados.

A ação conta com apoio das Polícias Civis do Amazonas, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, nesses estados. Uma equipe especializada Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro foi enviada para Manaus, capital amazonense, por conta da quantidade de alvos da operação na região Norte.

Rota do Rio

A primeira fase da operação Rota do Rio descobriu um dos maiores esquemas de fornecimento de drogas entre as facções Comando Vermelho (CV) e Comando Vermelho do Amazonas (CVAM). As investigações mostraram que a droga era adquirida na fronteira tríplice entre Peru, Colombia, Brasil e escoada do Amazonas em uma rota pelo Rio Solimões, passando pelo Centro-Oesto do país, Minas Gerais, até chegar ao Rio de Janeiro. Já o dinheiro pago pelos entorpecentes fazia o caminho de volta.

Em um período de dois anos, o esquema movimentou cerca de R$ 30 milhões. Para esconder a origem ilícita do dinheiro da compra e venda de drogas, a organização realizava pagamentos de forma pulverizada em contas bancárias para laranjas e empresas. Entre elas, um frigorífico no Amazonas do ex-prefeito de Anamã, Raimundo Pinheiro da Silva, o Chicó, que teve o mandato cassado por abuso de poder econômico. O estabelecimento era usado para a movimentação da droga e recebimento de valores da rota final do tráfico.

Na ação, que ocorreu em 21 de maio, agentes prenderam, no Morro dos Prazeres, Região Central, os agentes prenderam Juan Roberto Figueira da Silva, o Cocão, apontado como uma das lideranças da comunidade e um dos principais responsável pelos roubos de veículos da organização criminosa. As investigações apontaram que os automóveis roubados eram clonados e o dinheiro obtido com as vendas era usado na compra de cocaína e maconha do tipo Skank vindas do Amazonas.

Com informações do jornal O Dia / Foto: Reprodução TV Globo

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