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Prefeito acorda com operação da PF na porta de casa

por Raphael
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Uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (16) pela Polícia Federal junto com o Ministério Público Federal tem como alvo o prefeito de Niterói (RJ), Rodrigo Neves Barreto (PDT). São cumpridos mandados de busca e apreensão referentes a supostas irregularidades nas obras da pista Transoceânica Charitas-Engenho do Mato, via de ligação entra a região oceânica com a zona Sul do município. A construção do trecho, com aproximadamente 9,5 quilômetros de extensão, custou R$ 34 milhões a mais do que o previsto. Contratos de publicidade firmados pelo governo municipal também são investigados.

Os agentes estiveram em vários endereços, incluindo a casa do prefeito, no bairro Santa Rosa e a sede da prefeitura, no Centro. Foram expedidos 11 mandados de busca de apreensão pelo Tribunal Regional Federal (TRF) – oito no Rio e três em São Paulo – autorizados pelo desembargador federal Marcello Granado a pedido do procurador regional da República, Carlos Aguiar.

Duas viaturas da Polícia Federal chegaram ao prédio onde mora o prefeito pouco antes das 5h50 locais (4h50 Manaus). Dentro do apartamento de cobertura, agentes procuraram por documentos e evidências, até que às 7h10, deixaram o local com bolsas e dezenas de papéis. O prefeito, a mulher e os filhos estavam dormindo quando a PF chegou. Em nota, Neves afirmou que “nenhum objeto de valor foi apreendido, apenas o seu celular pessoal”.

Também foram cumpridos mandados na Região Oceânica de Niterói, na capital fluminense, em Botafogo, Barra da Tijuca, Centro do Rio, Gávea e Leblon, além de Itaim Bibi e Pacaembu, em São Paulo. Mais de 60 agentes federais participam da ação, batizada de “Transocêanica”.

Em nota, Rodrigo Neves classifica a operação de absurda e afirma que “nunca foi ouvido ou convidado a prestar qualquer esclarecimento sobre quaisquer assuntos”. Diz ainda que a Transoceânica e o Túnel Charitas Cafubá “foram concluídos há tempos, cumprindo o planejamento da obra” e que “a prestação de contas detalhada foi concluída e aprovada por órgãos de acompanhamento e financiamento, como a Caixa Econômica Federal”. Afirma que Never “vem sofrendo ataques e perseguições, sobretudo a partir do ano de 2018, mas nada foi encontrado contra ele” e que sua defesa tomará medidas para responsabilizar os seus autores.

Confira a íntegra da nota:

“Em relação à absurda ação de busca e apreensão realizada nesta manhã (16.12), o prefeito Rodrigo Neves esclarece que nunca foi ouvido ou convidado a prestar qualquer esclarecimento sobre quaisquer assuntos. Nenhum objeto de valor foi apreendido, apenas o seu celular pessoal. O prefeito não possui automóvel ou objeto de valor. Apesar de não ter informações sobre do que se trata a ação, o prefeito esclarece que a Transoceânica e o túnel Charitas Cafubá foram concluídos há tempos, cumprindo o planejamento da obra e melhoraram muito a qualidade de vida dos niteroienses. A prestação de contas detalhada foi concluída e aprovada por órgãos de acompanhamento e financiamento, como a Caixa Econômica Federal.

O objetivo da ação sobre fatos ocorridos há muitos anos, sem que o prefeito jamais tenha sido ouvido, tem o claro objetivo de desgastar a administração e o prefeito que tem aprovação de mais de 85% da população e cujo sucessor obteve vitória retumbante no primeiro turno com 62% a 9%.

O prefeito repudia a utilização de aparato do Estado com a polícia para ações de perseguição política.

A administração de Rodrigo Neves assumiu em 2013 com dívidas superiores a 500 milhões de reais e vai entregar nos próximos dias a Prefeitura com mais de 700 milhões de reais em conta disponíveis. Quando assumiu, o Fundo Municipal de Previdência tinha 12 milhões de reais e, hoje, tem mais de 740 milhões de reais. Como todos os processos da Prefeitura de Niterói, todas as informações sobre a obra estão disponíveis no Portal de Transparência. O planejamento e a execução da obra foram feitos com custo menor do que todos os projetos similares, no Brasil e na América do Sul.

Trata-se de uma ação abusiva, típica de regimes autoritários, cujo objetivo político, a poucos dias do encerramento do seu mandato, tem o evidente interesse de desgastar a imagem de uma administração e um prefeito amplamente aprovados pela população de Niterói e reconhecidos pela qualidade e transparência da gestão no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil. O prefeito vem sofrendo ataques e perseguições, sobretudo a partir do ano de 2018, mas nada foi encontrado contra ele.

O prefeito e sua defesa tomarão todas as medidas para identificar a origem desta perseguição política e responsabilizar os seus autores.”

Prisão em 2018

Em dezembro de 2018, Rodrigo Neves foi preso por uma força-tarefa do Ministério Público estadual e da Polícia Civil, na operação Alameda, um desdobramento da operação Lava-Jato no Rio. À época, Rodrigo Neves foi acusado de ter desviado mais de R$ 10 milhões dos transportes da cidade entre os anos de 2014 e 2018. Após três meses, ele foi solto por decisão do Tribunal de Justiça do estado.

Na eleição municipal, Neves – que esta à frente da prefeitura desde 2012 – conseguiu eleger o seu sucessor, Axel Grael (PDT) para o comando da cidade.

Veja quem são os alvos das buscas nesta manhã:

– Rodrigo Neves Barreto (prefeito de Niterói)

– André Felipe Gagliano Alves (assessor de Neves)

– Domício Mascarenhas de Andrade (assessor de Neves)

– Eduardo Bandeira Villela (sócio Prole)

– Krysse Mello Gonçalves (sócio KRM)

– Renê Sampaio de Honorário Ferreira (sócio KRM)

– William Passos Júnior (sócio Prole)

– Barry Company Produções Audiovisuais

– KRM Produções Audiovisuais – Fulano Filmes

– Nimbus Comunicação e Marketing

– Pensamentos Associados Comunicação e Participações

– Prole Serviços de Propaganda

 

As informações são do jornal Extra

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