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Segurança de vice-governador é afastada após agressão a jornalistas

por policia24h
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O Governo do Amazonas, por meio da Casa Militar, determinou o afastamento da sargento da Polícia Militar, Michele Welche Silva Lobo, que integra a equipe de segurança do vice-governador Carlos Almeida, e que se envolveu em agressão a quatro jornalistas durante encontro de Almeida com profissionais de imprensa, nesta quarta-feira (28/10).

A determinação é para que seja aberto processo administrativo para a devida apuração dos fatos e adoção de medidas cabíveis. O Governo do Amazonas ressalta que preza pela liberdade de imprensa e a correta postura dos seus servidores.

Segurança de vice-governador é afastada após agressão a jornalista
Outro ângulo do momento em que a jornalista Rosiene Carvalho é agredida -Divulgação

A agressão ocorreu após a jornalista e colunista da Rádio BandNews FM Rosiene Carvalho fazer perguntas ao vice-governador que apesar de ter convocado a imprensa para uma entrevista coletiva, não permitiu ser questionado pelos profissionais de imprensa.

Momento da agressão

A agressão foi registrada pelos jornalistas presentes e repercutiu nas redes sociais. Mas Rosiene não foi o único profissional de imprensa agredido. Após o ataque a jornalista da BandNews FM, a policial militar ainda empurrou um outro repórter que filmava a confusão e acabou ferindo outros dois jornalistas.

Segurança de vice-governador é afastada após agressão a jornalistas
Braço da outra jornalista que acabou ferida – Reprodução

Por que não respondeu?

A pergunta que toda a imprensa e a população se fez após a confusão de hoje é, por que o vice-governador Carlos Almeida não quis responder aos questionamentos dos jornalistas? O que ele temia?

Em toda sua fala, que durou mais de 12 minutos, Carlos Almeida não trouxe nada de novo ao caso da operação da Polícia Federal. Ele apenas se defendeu.

Momento em que a jornalista Rosiene Carvalho faz os questionamentos ao vice-governador – Divulgação

Almeida, diferente do governador Wilson Lima, tem fugido dos questionamentos da imprensa sobre seus suposto envolvimento direto na compra dos respiradores superfaturados.

Nota do Sindicato dos Jornalista

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJP-AM) vem a público REPUDIAR o ato de violência física e verbal praticado contra quatro jornalistas no final da manhã e início da tarde desta quarta-feira, 28.10.20, durante pronunciamento do vice-governador, Carlos Almeida Filho (PTB), realizado em uma sala no edifício Cristal Tower, localizado na Av. Jornalista Umberto Calderaro Filho, 455, bairro Adrianópolis.

As jornalistas Rosiene Carvalho, correspondente do UOL, colunista de política da Band News FM e do Blog que leva seu nome; Cinthia Blink, repórter do site 18h, da Rádio Mix e do portal O Amazonês; Jullie Pereira, repórter e apresentadora do site Amazonas Atual; e o fotojornalista Adriano Nascimento dos Santos, que estava atuando pelo Portal Manaós Notícias, foram agredidos diretamente pela equipe do vice-governador que se recusou a responder as perguntas da imprensa para o evento que ele próprio havia convocado.

Conforme vídeos, depoimentos e registros feitos pela imprensa local, Cinthia Blink e Jullie Pereira tiveram arranhões e marcas no braço. Ambas foram empurradas pela segurança mulher que integrava a equipe do vice-governador, logo após o fim do pronunciamento. A jornalista Rosiene Carvalho, que seguiu atrás do vice-governador para fazer perguntas, o que é uma prática profissional, foi bloqueada, empurrada e teve as mãos presas pela mesma segurança cuja identidade ainda não foi confirmada. Ao tentar registrar os fatos, o fotojornalista Adriano dos Santos recebeu um tapa no equipamento.

Como entidade de defesa da profissão de jornalista, o SJPAM torna público que é inaceitável tal comportamento por qualquer cidadão, ainda mais de uma autoridade pública, paga com recursos públicos e que deve, por obrigação, prestar contas à sociedade.

O defende não apenas o registro profissional como também o DIPLOMA de Jornalismo como critério imprescindível ao exercício profissional. Esta entidade preza ainda pelo jornalismo como poder garantidor da democracia, onde o cidadão possa ser respeitado com dignidade e liberdade.

Não há como calar diante de um contexto que vem se tornando praxe entre autoridades públicas locais, como um reflexo do contexto nacional, de silenciar a imprensa ou responder somente a quem lhe convém, em um total desrespeito à democracia. Lembramos que, além da violência física e verbal, impedir o exercício profissional do jornalista também é um ato de agressão que deve ser devidamente apurado.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas ressalta ainda que a agressão cometida atinge a toda categoria quando uma autoridade pública, eleita por meio do escrutínio universal, se nega a responder questionamentos que toda a sociedade tem o direito de saber.

A entidade manifesta apoio aos profissionais e coloca à disposição a assessoria jurídica para demais providências. Informamos ainda que as provas e a denúncia serão levadas ao conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE), à corregedoria da Polícia Militar para abertura de procedimento administrativo.

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