Por Revista Cenarium
Prints de conversas por um aplicativo de mensagens mostram que a organização da motociata que contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Manaus, no sábado, 28, promete pagar R$ 100 para motociclistas participarem do evento. O ex-mandatário cumprirá agenda na capital amazonense em apoio à campanha de capitão Alberto Neto (PL), que também estará na motociata.
Conforme os prints aos quais a CENARIUM teve acesso, os organizadores prometem realizar o pagamento do valor ao final do evento, com concentração em frente à loja Havan, na Avenida Governador José Lindoso, Zona Centro-Sul da cidade, e destino final no Sambódromo de Manaus. É cobrada a chegada dos motociclistas com uma hora de antecedência para assinar uma lista de frequência.
O convite parece ter sido reencaminhado com frequência para motociclistas de aplicativos. O valor promete ser pago pelo Movimento Direita Amazonas, e o responsável, de acordo com a mensagem, é Felipe Araújo. Para adicionar os participantes na lista de presença, Felipe solicita o nome completo, telefone, modelo da motocicleta e placa do veículo.
Crime eleitoral?
O advogado mestre em direito Anderson Fonseca explicou, à CENARIUM, que se a distribuição da gasolina é feita para os simpatizantes do partido não há compra de votos, mas se, junto com o combustível houver o “vote em mim”, como troca explícita de favor — “minha gasolina, seu voto” — então está configurado o crime eleitoral.
“Se for comprovada a compra de voto a Justiça pode entender a prática como abuso de poder econômico e com isso pode levar a cassação de chapa ou se eventualmente eleito a cassação do diploma“, explicou Anderson Fonseca.
Segundo o presidente do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção, advogado Carlos Santiago, “caso seja constatado a compra de voto, a prática se enquadra tanto por abuso de poder econômico, político e captura de sufrágio universal“.
Prints
O candidato a vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), delegado João Tayah, afirmou nessa terça-feira, que também recebeu prints de conversas com a organização da motociata e vai acionar o Ministério Público Eleitoral (MPE). “Já tenho o nome e o número da pessoa que está responsável por isso. E farei a denúncia ao Ministério Público pelos crimes eleitorais cometidos contra a eleição da nossa cidade“, prometeu.