David Alves Bezerra, de 30 anos, conhecido como “Don Juan”, teve mandado de prisão cumprido contra si pela Polícia Civil de Goiás na última segunda-feira (16), acusado de dar golpes em mais de 90 mulheres em pelo menos quatro estados do Brasil. Foram identificadas vítimas em Goiás, Roraima, Mato Grosso e Ceará, além do Distrito Federal.
De acordo com as investigações, ele se aproximava das vítimas pela internet ou aplicativos, e depois usava estás mesmas pessoas para enganar terceiros que faziam parte de seu círculo social.
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As investigações revelaram que David usava os apelidos “Berlim” e “Alemão” e fingia ser auditor da Receita Federal, às vezes até aparecendo uniformizado para dar mais veracidade à farsa. Ele dizia ter acesso a bens apreendidos que iriam a leilão e que podia vender produtos importados e eletrônicos com preço abaixo do original.
Ele chegava na cidade e estabelecia uma relação de confiança, muitas vezes amorosa, com alguém, e utilizava essa pessoa para conhecer outras. Pouquíssimas pessoas tiveram contato direto com ele e, quem teve, diz que é uma pessoa com um poder de persuasão gigantesco. As pessoas não desconfiavam do golpe porque estavam recebendo a recomendação (sobre David) por um amigo, alguém próximo.
Leonilson Pereira, delegado PC-GO
Para evitar rastros, o “Don Juan” inventava que estava com a conta bancária bloqueada e pedia que os depósitos fossem feitos em contas de terceiros, geralmente da mulher de quem se aproximara inicialmente. Depois, recebia delas o valor em dinheiro, informou o delegado.
Só em Roraima foram mais de 70 golpes. As vítimas só percebiam que haviam sido enganadas quando os bens que haviam comprado não chegavam.
A polícia diz ter tido acesso a imagens que demonstram que David usava o dinheiro dos golpes para manter uma vida de luxo. Ele exibia suas viagens, carros de luxo e aparecia com grandes quantidades de dinheiro, com o objetivo de menosprezar a polícia, afirmam os investigadores.
O golpista está preso desde junho no Ceará, onde agiu por último. Em Goiás, ele fez sete vítimas e foi autuado por estelionato continuado por sete vezes, tendo a prisão preventiva decretada.
Em Roraima, onde David fez a maior parte de suas vítimas ele foi preso em fevereiro de 2017. Lá, além de fiscal da Receita Federal, o golpista se apresentava como servidor da Secretaria de Fazenda, integrante da Justiça Itinerante, policial civil e agente penitenciário.
A Polícia Civil calculou, na época, que David havia lucrado mais de R$ 80 mil com golpes de “Don Juan”, que havia começado a aplicar desde 2015 no estado. A reportagem é do jornal “Extra”