Uma investigação em curso desde 2019 pela Polícia Federal concluiu, nesta quinta-feira (12), que Pedro Venicio Souza Rodrigues Ferreira, de 25 anos, tinha a intenção de matar o presidente Jair Bolsonaro durante uma visita ao município de Três Corações (MG), em novembro do ano passado.
O caso era investigado desde dezembro de 2019, quando o suspeito foi preso após publicar vídeos em redes sociais nos quais aparecia anunciando um suposto plano para atacar Bolsonaro durante visita à cidade.
O inquérito da Polícia Federal foi concluído nessa quarta-feira (11/11). A investigação divulgou as mensagens que mencionavam o ataque arquitetado para acontecer em novembro do ano passado. Em um vídeo, o acusado detalha:
“Agora estou analisando toda a situação, toda a área aqui, para botar meu plano de que na hora que Bolsonaro chegar aqui, eu vou acertar ele”. Ao ser indagado pelos policiais, depois de ser preso, um dia antes da chegada de Bolsonaro a Três Corações, o jovem afirmou que era tudo uma “brincadeira”. Ele responderá pelo crime em liberdade.
Em um dos vídeos, ele afiava o cabo de uma escova de dente para transformá-la em estoque, instrumento perfuro-contundente não identificável por detectores de metal.
Durante a operação, dois mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos em duas cidades mineiras, Três Corações e Alfenas. Na época, o suspeito foi conduzido à delegacia. A Polícia Federal afirmou nesta quinta que ele não está preso.
A PF usou a Lei de Segurança Nacional para indiciar o suspeito pelo crime de atentado contra a liberdade pessoal do presidente, previsto no artigo 28. A conclusão do inquérito de mais de 30 páginas foi encaminhada para a Justiça Federal e para o Ministério Público Federal que deve decidir se apresenta denúncia.
O plano
Em 29 de novembro de 2019, Bolsonaro esteve em Minas Gerais para a solenidade de formatura em uma unidade militar.
No mesmo dia, Pedro Venício, que trabalhava como funcionário terceirizado na Escola de Sargentos das Armas, foi detido e conduzido à Delegacia de Polícia Federal, em Varginha, após apurações identificarem que ele havia divulgado, na véspera da visita e por meio de uma rede social, inúmeras mensagens em textos e vídeos, com menções de atacar o presidente.
Nas redes sociais, Pedro fez cinco publicações um dia antes da chegada da comitiva presidencial à cidade mineira. Entre vídeos e textos, o rapaz chegou a escrever: “Inicia-se aqui a sequência de histórias onde (sic) estou infiltrado na toca do lobo, melhor dizendo, Exército Brasileiro”.