O juiz Laossy Amorim Marquezini manteve ontem (7) a prisão do casal que estuprou e matou a venezuelana Julieta Ines Hernandez Martinez, de 38 anos, quando descansava em uma pousada no Amazonas. Na decisão do magistrado, Thiago Agles da Silva, de 32 anos, e Deliomara dos Anjos Santos, de 29, devem permanecer encarcerados para ‘preservar a ordem pública’. Thiago Agles teria tentado fugir do município, diz Marquezini em sua decisão.
Um dos motivos é que o autor teria tentado fugir.
“Quanto ao custodiado Thiago Agles da Silva, há informação de que ele teria tentado se evadir do local, pelo que imperiosa sua prisão para a garantia da aplicação da lei penal”, escreveu Marquezini em sua decisão.
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Ainda conforme o juiz, a prisão domiciliar não é necessária “posto que não restou demonstrado que os autuados são imprescindíveis aos cuidados especiais de seus descendentes”, escreveu.
O casal permanece preso na 37ª Delegacia Interativa de Polícia de Presidente Figueiredo, a 126,8 km de Manaus. Eles devem ser transferidos para Manaus assim que a juíza da comarca autorizar.
O crime
A escalada de violência começou com o roubo de celular. A ideia teria partido de Thiago Angles da Silva, 32 anos. Ele passou os três dias anteriores fumando crack, informou o delegado Valdnei Silva, da 37ª Delegacia Interativa de Polícia de Presidente Figueiredo (AM). E, no dia, ao ver a Julieta sozinha, dormindo em uma rede, a abordou e roubou o celular e a bicicleta da vítima munido de uma faca.
Na sequência, Thiago mandou sua namorada amarrar os pés da cicloviajante. A esposa do acusado, Deliomara dos Anjos Santos, de 29 anos, teria recusado a ideia de roubar o celular, porém obedeceu.
Os dois moravam em uma pousada precária em Presidente Figueiredo, segundo o delegado. Ele afirmou que a dupla vivia no imóvel de favor havia sete meses e o quintal estava cercado de mato e lixo.
Única hóspede naquela noite, Julieta foi arrastada para a cozinha e estuprada. Deliomara disse, no depoimento, que o namorado usou a faca para obrigar a artista a fazer sexo oral nele, segundo a polícia.
Em depoimento, Thiago afirmou que a companheira ficou com ciúmes e que teria ateado fogo nos dois. Thiago ainda socorreu Julieta e apagou as chamas com pedaço de tecido, porém logo em seguida deu uma gravata e a vítima caiu ao chão.
Deliomara disse à polícia que Thiago conseguiu apagar o fogo e voltou a enforcar Julieta, que teria mais uma vez desmaiado. Depois disso, ele saiu de casa, seguiu para um hospital da cidade para tratar das queimaduras e ordenou que a esposa enterrasse o corpo da artista, no que ela teria obedecido.
Preso em flagrante, o casal está em prisão preventiva pelos crimes de estupro e homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e emprego de meio cruel.