Um adolescente de 13 anos foi apreendido na noite desta quarta-feira (19) atuando como “olheiro” do tráfico em Manaus. O caso aconteceu no bairro Colônia Antônio Aleixo, na zona Leste da cidade. As informações foram divulgadas somente nesta sexta-feira (20).
O menor, conhecido como “Estrelinha”, recebia R$ 400 por semana para alertar traficantes sobre a chegada da polícia.
Adolescente atuava como olheiro do tráfico em Manaus
O garoto foi encontrado no alto de uma torre de telefonia com cerca de 30 metros de altura. Ele não usava nenhum equipamento de segurança.
Segundo a polícia, o adolescente permanecia no local das 18h até as 3h da madrugada, todos os dias.
A apreensão foi realizada por agentes da 28ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), após denúncias anônimas de moradores da região.
Resgate arriscado mobilizou policiais
Para retirar o menor do topo da torre, os próprios policiais precisaram escalar a estrutura. A operação foi considerada de alto risco.
O sargento Costa Andrade, que participou da ação, divulgou imagens do resgate em suas redes sociais. Ele destacou o perigo extremo ao qual o adolescente era submetido.
“É inacreditável ver uma criança nessas condições. Ele poderia ter morrido a qualquer momento”, disse o sargento.
Tráfico usa menores em funções perigosas
Casos como esse mostram como o tráfico de drogas em Manaus tem usado menores em tarefas perigosas. Os “olheiros” são responsáveis por:
- Observar a movimentação da polícia;
- Alertar traficantes com sinais ou mensagens;
- Atuar em pontos altos, como torres ou lajes;
- Trabalhar por longos períodos, inclusive de madrugada.
O adolescente foi encaminhado à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI). O caso será acompanhado pelo Conselho Tutelar.
Segundo a polícia, o local onde o garoto atuava já era monitorado por ser conhecido como ponto de tráfico.
População denuncia, e polícia age
A operação só foi possível graças à denúncia de moradores. A polícia reforça a importância da participação da comunidade no combate ao tráfico.
Denúncias anônimas podem ser feitas pelo 181, o Disque-Denúncia da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas.
O caso segue em investigação para identificar os responsáveis por recrutar o menor para o tráfico.