Profissionais de saúde e prefeitos de cidades do Pará, também, vivem um aumento explosivo no número de casos de Covid-19, doença transmitida pelo novo coronavírus, e começaram a relatar a falta de oxigênio em unidades de saúde. O vírus é transmitido em aglomerações.
Na semana passada, 14 de janeiro, o governador do Pará, Helder Barbalho (PCdoB), determinou o bloqueio da divisa do Estado com o Amazonas. A medida teve como objetivo conter o avanço da pandemia de coronavírus em terras paraenses já que em Manaus houve uma disparada de casos.null
Pequenas cidades como Faro, de pouco mais de 7.000 habitantes, estão sendo obrigadas a pegar emprestado cilindros de oxigênio de municípios vizinhos, pois seus estoques já acabaram.
As cidades da região temem um colapso total no sistema de saúde, já que em geral não estão preparadas para o atendimento a uma quantidade de pacientes bastante acima do esperado. A logística para o recebimento de insumos de saúde é tão complexa como o Amazonas.
O prefeito de Faro, Paulo Carvalho (PSD), informou que em pelo menos um dos bairros da cidade já não há oxigênio suficiente nos centros de saúde. Médicos e enfermeiros relatam cenas parecidas com as de Manaus.
Mortes registradas
Pelo menos seis pessoas morreram nas últimas 24 horas por asfixia no município de Faro, segundo a prefeitura da cidade de 12 mil habitantes. A realidade no local é de colapso na área da saúde com a falta de oxigênio, leitos e medicamentos para os pacientes em tratamento da Covid-19.
Na manhã desta terça, 19, o prefeito Paulo Carvalho conseguiu comprar 20 balas de oxigênio na cidade de Santarém (PA). Além de Santarém, Faro também costuma comprar suprimentos de oxigênio em Manaus, no Amazonas.
“Ambas as cidades estão em crise. A demanda é maior que a quantidade, porque a produção está comprometida”, diz, referindo-se à crise na empresa White Martins, fornecedora de oxigênio hospitalar na região oeste do Pará.
Segundo o médico da Unidade Básica de Saúde de Faro, Yordanes Perez, o oxigênio recebido hoje garante apenas dois dias de tratamento dos pacientes internados. “Nós estamos vivendo uma crise, na contramão para tentar salvar vidas. Estamos trabalhando 24 horas para isso”, finalizou.
Fonte: revista cenarium