A polícia descobriu que a viúva do Coronel Fernando Valente, junto com uma de suas filhas e sua companheira, venderam as armas de fogo do marido morto e armaram um falso roubo. O objetivo era enganar os outros herdeiros do Coronel.
Por isso, a Delegacia especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DERFV) deflagrou a Operação “Néphila” e cumpriu Mandados de Busca e apreensão dos armamentos. Foram mais de 30 armas de fogo apreendidas durante 20 dias de investigações que começaram logo depois do crime.
Armas estavam em inventário
De acordo com a Polícia Civil as armas estão no inventário de bens do falecido coronel Fernando Valente. A viúva é inventariante, mas vendeu o patrimônio antes de haver a autorização judicial.
Nos últimos atos processuais da ação de inventário ficou acordado que as armas seriam alienadas, porém elas já haviam vendido os armamentos em 2018, época da morte do Coronel da PM, tudo sem consentimento dos demais herdeiros.
As investigações apontaram que elas simularam o assalto para que o armamento fosse considerado como roubado nas ações do inventário.
Roubo planejado
O suposto roubo aconteceu na noite do dia 03 de outubro de 2020, na Rua 03, do bairro Parque 10 de novembro, na zona Centro-Sul de Manaus. Na ocasião, as suspeitas informaram que 108 armas de fogo de diversos calibres teriam sido roubadas por criminosos que se identificaram como falsos policiais.
A Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos iniciou as investigações ainda no dia 04 de outubro, quando foi noticiado que durante o roubo um dos veículos das vítimas havia sido roubado. No mesmo dia, policiais da Especializada conseguiram localizar e recuperar tanto o veículo das vítimas quanto o veículo supostamente utilizado no roubo como carro de apoio.
O que chamou atenção, foi o fato do veículo das vítimas não ter sido queimado, assim como os celulares que foram recuperados rapidamente. Apenas o veículo usado pelas pessoas que levaram as armas foi incinerado e encontrado em um ramal situado no bairro Tarumã.
Outro fato que chamou a atenção foi a ausência da chegada de funcionários empresa de segurança após supostamente o alarme da casa ter sido acionado.
A polícia também desconfiou das vítimas terem noticiado o roubo apenas 12 horas após o crime. Esse foi o tempo suficiente para que os veículos fossem abandonados, sem risco das outras pessoas que participaram serem presas.
Durante as buscas, 06 aparelhos eletrônicos utilizados ou compartilhados pelas autoras foram apreendidos. A equipe da DERFV constatou que as acusadas tinham auxílio de possíveis agentes de segurança pública para utilizar mecanismos e softwares nos celulares a fim de dificultar a coleta de dados através da investigação, as “protegendo” de serem descobertas em razão de uma quebra de sigilo de dados telefônicos.
Compradores devem entregar as armas
Diversos atiradores desportivos que compraram as armas de fogo desde o ano de 2018 foram oitavados na delegacia e comprovaram boa fé na aquisição das armas vendidas clandestinamente pela viúva.
A partir de agora, todos aqueles que adquiriram armamentos devem procurar a delegacia e entregar o armamento. Caso contrário, poderão responder por receptação, e caso sejam atiradores desportivos, poderão perder o Certificado de Registro de Colecionador, Atirador desportivo e Caçador (CAC’s), inclusive com remoção de eventuais armas que façam parte dos seus acervos.
As três mulheres vão responderão por falsa comunicação de crime, fraude processual, associação criminosa e falsidade ideológica. A polícia agora continuará nas investigações para tentar identificar a participação de outros envolvidos.