A Região Metropolitana do Rio de Janeiro teve mais crianças baleadas até 26 de março deste ano que em todo o ano de 2022, segundo um levantamento do Instituto Fogo Cruzado. Ao todo, foram dez crianças feridas por disparos de armas de fogo. Três delas morreram.
A nona criança, Maria Júlia da Silva Gomes, de apenas um ano e oito meses, foi atingida por uma bala perdida no último dia 10 de março, durante uma operação policial na Ladeira dos Tabajaras, que da acesso à favela de mesmo nome localizada em Copacabana, na zona sul do Rio.
Maria Julia foi baleada na perna e precisou ser internada no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o estado de saúde da criança é estável.
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A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou por meio de nota que os policiais militares da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Tabajaras/Cabritos atuavam nas comunidades Morro dos Cabritos e Tabajaras.
A vítima mais recente, um menino, de apenas 7 anos, foi atingida na coxa durante um tiroteio no dia 26, na Vila Canaan, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Nesse mesmo dia, uma mulher e dois homens foram baleados, após pessoas dentro de um carro passarem atirando em um bar.
Seis casos na Baixada
Das dez crianças atingidas por disparos de armas de fogo neste ano no Rio, cinco são meninas e cinco, meninos. Maria Julia é a mais nova, e os mais velhos tinham 11 anos. Dois casos ocorreram durante operações policiais em favelas da capital – a outra ocorrência foi na Vila Aliança, em Bangu, na zona oeste. Dos outros oito casos, sete foram na Baixada Fluminense e um em São Gonçalo.
O primeiro registro de criança baleada na Região Metropolitana do Rio em 2023 foi o do menino Juan Davi Souza Faria, de 11 anos, atingido durante a comemoração de réveillon em Mesquita, na Baixada Fluminense. O menino estava na varanda de casa quando foi alvejado e morreu.
No dia 25 de janeiro, Rafaelly da Rocha Vieira, de 10 anos, também foi morta por uma bala perdida, no centro de São João de Meriti, na Baixada. O Instituto Fogo Cruzado lembra que relatos de moradores indicam que homens encapuzados invadiram a rua e começaram a disparar, enquanto Rafaelly brincava com outras crianças.
Três casos ocorreram no mesmo episódio, quando uma briga terminou em tiroteio no carnaval de Magé, na Baixada. Bryan Rodrigues Horta, de seis anos, Maria Eduarda Carvalho Martins, de nove anos, e João Pedro Marques de Lima, de onze anos, foram atingidos por disparos, e Maria Eduarda não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Civil informou ainda em nota, que o caso de Maria Júlia está em andamento na 12ª DP (Copacabana). Segundo a corporação, os agentes da delegacia aguardam os laudos periciais e vão ouvir os pais da vítima. Os policiais militares envolvidos na ação já prestaram depoimento e, de acordo com a Polícia Civil, outras diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.
Com informações da Agência Brasil e Bandnews / Foto: Marcelo Casall Jr