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- Alto Solimões é rota estratégica do tráfico de drogas.
- Comando Vermelho e PCC disputam território na região.
- Estudo aponta uso de garimpos e rios por facções.
- A presença das facções afeta diretamente os moradores.
Manaus (AM) – A região virou campo de batalha entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que disputam o controle da rota internacional do tráfico de drogas na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. A informação está no estudo Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Com 281 mil habitantes, sendo 54% indígenas, o Alto Solimões enfrenta extrema vulnerabilidade social. Mais de 80% da população está no CadÚnico e quase 65% recebe o Bolsa Família. Apenas 12,8% das pessoas acima de 14 anos têm ocupação formal.
Facções tomam conta da Rota do Solimões
A calha do Rio Solimões virou um dos principais corredores para o tráfico de cocaína na Amazônia. O CV domina as rotas fluviais, aproveitando o rio para transportar drogas e reforçar o controle sobre comunidades ribeirinhas.
Já o PCC avança por pistas clandestinas em garimpos ilegais e áreas dentro de unidades de conservação, usando caminhos terrestres e aéreos para escoar a droga.
Fim da FDN abriu espaço para a guerra
O confronto entre as facções cresceu após o enfraquecimento da Família do Norte (FDN), que antes controlava o tráfico no Amazonas. Após massacres e prisões, a FDN perdeu força, e o CV avançou sobre rotas estratégicas a partir de 2018.
Com isso, o PCC passou a disputar espaço, especialmente nas áreas de fronteira. A tensão aumentou, e a presença das facções impacta diretamente a vida dos moradores da região.
“A presença dessas organizações criminosas pressiona os municípios e aumenta o risco de confrontos armados”, alerta o relatório.
O estudo mostra como o tráfico se aproveita da ausência do Estado, da pobreza extrema e da dificuldade de fiscalização em áreas remotas da Amazônia.
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