Presidente recém-eleita do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), a conselheira Yara Lins prestou queixa contra o colega, também conselheiro, Ari Moutinho Jr., que teria lhe proferido ofensas antes da eleição que definiu o mandato de Lins para o biênio 2024/2025, na última terça-feira (03). Ela esteve na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil, na zona Centro-Oeste, de Manaus, para formalizar a ocorrência.
Segundo a conselheira, dentro do plenário, pouco antes do início da sessão, o conselheiro Ari Moutinho a xingou, utilizando palavras de baixo calão para desqualificá-la. Moutinho concorreu à presidência da casa contra Yara.
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“Quando eu estava no plenário com o Conselheiro Luís Fabian e Conselheiro Ari Moutinho e vários assessores, eu fui cumprimentar e disse ‘bom dia’ e ele (o conselheiro Ari Moutinho) disse ‘bom dia nada, safada, p***, v***'”, disse a presidente eleita. Em seguida, relatou que sofreu ameaça do conselheiro, que teria dito “eu vou te f…'” e citando Lindôra Araújo, vice-procuradora Geral da República, em referência a um processo em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Eu acredito na Justiça de Deus, na imprensa do meu estado e nas autoridades do Brasil”, afirmou Yara Lins.
A presidente do TCE relatou ainda que convocou a coletiva pois não poderia deixar de denunciar a agressão, que classificou como uma tentativa de lhe desestabilizar.
“Eu sou a única conselheira lá do tribunal e represento as servidoras da minha instituição. Relutei muito em vir aqui fazer essa denuncia, mas eu não poderia me acovardar, como muitas fazem, por ameaças, e eu não aceito ameaças. Eu quero que a Justiça puna o agressor. Fui agredida dentro da minha função, no plenário do Tribunal de Contas. O vídeo mostra, depois que fui agredida fiquei paralisada, passei a mão no rosto dele e disse: ‘você é um infeliz, por isso que sofre tanto’. Ele sarcasticamente tentou pegar no meu rosto e jogou beijo para mim”, completou.
Segundo a advogada Catarina Estrela, se verificam três crimes: injúria, pelo xingamento da conselheira no exercício da função, ameaça e tráfico de influência, pela ameaça com o argumento de poder interferir na decisão do STJ. Segundo a advogada, servidores e colegas conselheiros viram a agressão, que classificou como assustadora.
A reportagem ainda não conseguiu contato com o conselheiro Ari Moutinho Jr. O espaço está aberto para o posicionamento do conselheiro e a matéria pode ser atualizada.