Entre 15 de maio e 21 de junho de 2025, o Brasil registrou quatro acidentes com balões de ar quente, resultando em pelo menos 10 mortes confirmadas e cerca de 34 feridos.
O caso mais grave ocorreu em Praia Grande (SC), em 21 de junho, onde um balão com 21 pessoas pegou fogo e caiu. O incidente causou ao menos 8 mortes e 13 feridos, com possibilidade de o total de vítimas fatais chegar a oito.
Acidentes recentes e dados consolidados
Os acidentes registrados nas últimas cinco semanas ocorreram em:
- Capela do Alto (SP) – 15/06: 1 morto, 10 a 11 feridos, piloto sem licença.
- Boituva (SP) – 18/06: 1 morto, 11 feridos, voo comercial especial.
- Maresias (SP) – 19/06: pouso forçado em pousada, sem feridos.
- Praia Grande (SC) – 21/06: 8 mortos, 13 feridos, incêndio em voo.
Somando os dados, foram quatro acidentes em cinco semanas, sendo dois graves, um leve e um muito grave.
Como funciona a regulamentação do balonismo
Voos recreativos de balão são regulamentados pela ANAC sob o RBAC 103, que exige:
- Cadastro do piloto e da aeronave.
- Voo apenas diurno e em condições visuais.
- Proibição de sobrevoar áreas urbanas ou eventos sem autorização.
- Assinatura de termo de risco pelos passageiros.
Voos comerciais, como os que ocorrem em Boituva e Capela do Alto, exigem ainda a certificação técnica conforme o RBAC 61 e habilitação do piloto. Esses voos devem ser cobertos por seguro aeronáutico.
Fiscalização limitada e falhas recorrentes
A ANAC reconhece que o balonismo enfrenta lacunas na fiscalização e que a maioria dos acidentes se deve à violação de normas básicas.
O CENIPA também investiga as causas dos acidentes e alerta para o “risco baloeiro”, principalmente em eventos não controlados ou operados por pilotos não habilitados.
Medidas e propostas em debate
Diante dos acidentes recentes, a ANAC incluiu a revisão da regulamentação do balonismo em sua agenda regulatória 2025–2026. As mudanças discutidas incluem:
- Certificação obrigatória para voos comerciais.
- Controle mais rígido em áreas turísticas como Boituva e Praia Grande.
- Participação dos municípios na fiscalização de pousos e decolagens.
O Sebrae e entidades de turismo pedem segurança jurídica para operadores legais, sem afetar voos recreativos.
Dicas para quem quer voar com segurança
Antes de contratar um voo de balão, é importante:
- Verificar se a empresa e o piloto estão registrados na ANAC.
- Solicitar comprovação do seguro aeronáutico.
- Recusar voos com excesso de passageiros.
- Evitar empresas que operam fora de horários e locais regulamentados.
Fiscalização precisa ser maior
Os acidentes recentes com balões no Brasil revelam uma urgência: fortalecer a fiscalização e modernizar a regulação do setor. Com medidas preventivas e políticas claras, é possível manter o balonismo como uma atividade segura e sustentável.