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Fuzil que matou presos em viatura foi desviado do Tribunal de Justiça

por policia24h
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O fuzil Taurus, modelo T4, utilizado em um ataque que deixou dois detentos mortos quando chegavam no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) pode ter sido extraviado do depósito público do Poder Judiciário. O caso já é investigado pela Corregedoria do órgão

O fuzil foi apreendido em março de 2021 após ação policial e recebido pelo Poder Judiciário em agosto de 2021, mas acabou disparando os tiros que executaram dois, de três presos, que passariam por audiência de custódia no início do mês, em mais um episódio que ilustra a intensa guerra entre facções criminosas no Estado.

Fuzil era de empresário

O fuzil seria de propriedade de um empresário que teria vendido o armamento para um policial militar dia 3 de março de 2021. Três dias depois, no dia 6 do mesmo mês, Adriano de Souza Marques foi detido por policiais militares por portar o fuzil, em via pública, no bairro Zumbi dos Palmares, na zona Leste de Manaus. Ele foi apresentado à Polícia Civil no 14º Distrito Integrado de Polícia (DIP), junto com a arma, e 15 munições calibre .556mm, sendo indiciado pelo crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Ciente da apreensão, o empresário, antigo dono da arma, questionou o policial sobre o paradeiro do objeto e foi informado que o fuzil havia “sido emprestado”, mas que o novo dono ia dar um jeito de resolver o problema. Entretanto, o PM afirmou em depoimento que o armamento foi furtado de seu carro, junto com outros objetos pessoais. Só que ele não registrou o Boletim de Ocorrência porque aguardava a transferência do fuzil para seu nome.

Um detalhe dessa situação é que o PM que teria comprado o fuzil do empresário acumula prisões por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, e ainda negou conhecer Adriano, o homem preso em 2021 com o fuzil que havia sido furtado do carro do PM

Extravio

Após o Poder Judiciário emitir decisão solicitando, tanto do empresário quanto do PM, alguma vontade de reaver o armamento, o objeto acabou extraviado, aparecendo novamente na tarde em que houve o ataque criminoso em frente ao TJAM.

O presidente do Tribunal, desembargador Domingos Chalub, afirmou que há uma sindicância interna em andamento junto à Corregedoria para apurar os fatos. O Ministério Público também foi acionado para fiscalizar o andamento do processo, que deve correr em paralelo com as investigações do MP e da Polícia Civil.

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